Grandes pilotos da F1 definidos por um atributo
Ayrton Senna transcendeu o esporte. Mais do que um campeão, tornou-se um símbolo – de talento, de intensidade e de espiritualidade sobre rodas. Nenhum piloto uniu com tanta força a técnica e a emoção, a velocidade e o propósito. Sua pilotagem parecia guiada por algo além do instinto: um lampejo de genialidade que o colocava em outro plano competitivo.
Nascido em São Paulo, Ayrton chegou à Fórmula 1 em 1984 e, já em seu primeiro ano, mostrou ao mundo que era diferente. No GP de Mônaco, sob chuva torrencial, levou uma modesta Toleman a desafiar a McLaren de Alain Prost – uma das atuações mais impressionantes da história. Aquela corrida foi o prenúncio de uma carreira em que o talento se confundiria com o sublime.
A vitória não veio, porque a corrida foi interrompida, mas o segundo lugar de Sena valeu mais do que o primeiro lugar de Prost.
Senna conquistou três títulos mundiais (1988, 1990 e 1991) e 41 vitórias, mas seu legado vai muito além dos números. Era obcecado pela perfeição: estudava cada curva, cada detalhe do carro, cada reação da pista. Suas poles pareciam atos de inspiração, especialmente nas voltas voadoras em Mônaco – circuito em que venceu seis vezes, mais do que qualquer outro. Quando chovia, tornava-se quase imbatível, como se a água revelasse seu verdadeiro elemento.
Entre pilotos, engenheiros e chefes de equipe, é amplamente reconhecido como o maior talento natural que a Fórmula 1 já viu. Mesmo alguns de seus rivais, como Prost e Schumacher, admitiam que Senna parecia atingir um nível de sintonia com o carro e com o momento que poucos conseguiram sequer compreender.
Fora das pistas, sua intensidade era a mesma. Falava de Deus, do Brasil, do sentido da vida. Inspirava multidões com uma mistura rara de vulnerabilidade e força. Havia também muito marketing em torno do personagem. Juntando tudo, Senna foi, ao mesmo tempo, o homem e o mito; o piloto e o símbolo.
É por isso que destacamos Ayrton Senna como o mais brilhante: porque sua combinação de talento, emoção e perfeição fez da velocidade uma forma de transcendência – e da Fórmula 1, um palco para o talento humano brilhar em seu estado mais puro.
- Vitórias: 41
- Poles: 65
- Títulos: 3 (1988, 1990, 1991)
- GPs disputados: 162 (1984–1994)
- Equipes: Toleman, Lotus, McLaren, Williams
*Sergio Quintanilha, jornalista especializado em F1 (ex-editor das revistas Grid e Racing), teve auxílio de IA na criação desta matéria.