A Índia acelerou os esforços para finalizar diversos acordos de livre comércio nos próximos meses, visando compensar o impacto das tarifas de importação dos Estados Unidos e ampliar os destinos de exportação em meio às crescentes incertezas do comércio global.
Nova Délhi está em negociações avançadas com a União Europeia, a Nova Zelândia e o Chile e deverá assinar esta semana o seu primeiro acordo no âmbito da iniciativa com Omã, de acordo com autoridades indianas que falaram sob condição de anonimato, uma vez que os detalhes ainda não foram divulgados.
O primeiro-ministro Narendra Modi deverá estar em Mascate, capital de Omã, quando o acordo de livre comércio entre a Índia e Omã for assinado nesta quinta-feira, disseram autoridades.
O acordo visa impulsionar o comércio bilateral e estimular as exportações indianas de bens de engenharia, têxteis, produtos farmacêuticos e agrícolas, disseram autoridades.
Os acordos de livre comércio são um pilar central da estratégia econômica da Índia, que busca uma integração mais profunda nas cadeias de suprimentos globais, um crescimento mais robusto das exportações e a criação sustentável de empregos. Ao reduzir as tarifas e estabelecer regras comerciais previsíveis, os pactos ajudariam as empresas indianas a se manterem competitivas e a expandir o acesso a novos mercados.
Com o comércio global cada vez mais influenciado por disputas tarifárias e tensões geopolíticas, a Índia aposta que uma rede mais ampla de acordos comerciais ajudará a amortecer os choques externos e a consolidar suas ambições de exportação.
A intensificação das negociações ocorre em um momento em que os exportadores indianos enfrentam pressão devido ao aumento das tarifas de importação dos EUA, de 50%, que entraram em vigor em agosto. Embora os dois países estejam negociando um acordo comercial bilateral, as tarifas têm afetado setores como o têxtil, autopeças, metais e manufatura intensiva em mão de obra.
No total, a Índia possui 15 acordos de livre comércio que abrangem 26 países e seis acordos comerciais preferenciais com outras 26 nações, além de estar em negociação com mais de 50 outros parceiros, afirmou Srivastava.
Assim que as negociações em curso forem concluídas, a Índia terá acordos comerciais com praticamente todas as principais economias globais, exceto a China, acrescentou ele. /AP