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BC compreende que política monetária está mais restritiva e deseja isso, diz Nilton David

16 out 2025 - 10h06
(atualizado às 11h10)

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, afirmou nesta quinta-feira que os dirigentes da instituição compreendem que a política monetária atual está mais restritiva do que em ciclos anteriores, e desejam que ela permaneça assim.

Sede do Banco Central em Brasília
11/06/2024
REUTERS/Adriano Machado
Sede do Banco Central em Brasília 11/06/2024 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Durante evento do UBS BB em Washington, David disse que o nível atual da taxas de juros é o que "nos colocará no caminho certo". Para ele, os dados recentes têm vindo em linha com o que é esperado pelo BC, mas a instituição precisa de mais números e de mais tempo para ver para onde a economia está indo.

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O diretor lembrou que no fim de 2024 havia questionamentos sobre a eficácia da política monetária e sobre se a economia brasileira estaria em dominância fiscal -- um entendimento que o BC nunca teve, segundo ele.

Por conta disso, conforme David, o BC decidiu ser restritivo "além do que seria necessário de outra forma".

"Nós acreditamos que estamos mais restritivos do que em ciclos anteriores... e queremos continuar assim, e ver os efeitos defasados na economia. Esta é a fase em que estamos agora", comentou.

Em sua decisão mais recente, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a Selic em 15% ao ano e indicou a intenção de manter a taxa básica neste nível por "período bastante prolongado", para conduzir a inflação para a meta contínua de 3%.

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David disse ainda esperar que as expectativas de inflação do mercado, registradas no boletim Focus, convirjam nos próximos meses para a meta do BC.

Os dados mais recentes do Focus mostram que os economistas do mercado projetam inflação de 4,72% em 2025, 4,28% em 2026 e 3,90% em 2027 -- em todos os casos bem acima do centro da meta de 3%.

Na avaliação do diretor do BC, uma das razões para que as expectativas do mercado para a inflação sigam desancoradas são as questões fiscais. Neste aspecto, David avaliou ainda que a decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de pagar precatórios represados devido à PEC dos Precatórios, de 2021, também teve impactos para a política monetária.

Ao abordar os atritos comerciais recentes entre Estados Unidos e Brasil, David afirmou que, embora a tarifação norte-americana afete alguns setores específicos da economia, no nível macro os efeitos não são relevantes.

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