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Política

O que deve acontecer com Chiquinho Brazão, deputado preso suspeito de mandar matar Marielle

Chiquinho, seu irmão Domingos Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa, foram presos pela PF neste domingo, 24

24 mar 2024 - 11h36
(atualizado em 26/3/2024 às 08h57)
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Foto: Reprodução/Agência Brasil

O deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil) é um entre os três presos pela Polícia Federal, neste domingo, 24, suspeitos de mandar matar Marielle Franco. Seu irmão, Domingos Brazão, que é Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, é outro alvo. Em seis anos de investigações sobre o assassinato, essa foi a primeira vez que um parlamentar no exercício do mandato foi levado ao centro da apuração.

Em nota oficial, o União Brasil, partido ao qual Chiquinho é vinculado, afirmou que pedirá à Comissão Executiva Nacional a abertura de um processo disciplinar contra ele, com vistas à sua expulsão da legenda e ao cancelamento de filiação partidária. O União Brasil reunirá a comissão na próxima terça-feira, dia 26 de março.

"Embora filiado ao União Brasil, o Deputado Federal Chiquinho Brazão já não mantinha relacionamento com o partido e havia pedido ao Tribunal Superior Eleitoral autorização para se desfiliar", complementou a nota, em nome do presidente do União Basil Nacional, Antonio de Rueda.

Além disso, os parlamentares da Câmara dos Deputados deverão analisar a prisão de Chiquinho em plenário, provavelmente ainda nesta semana. Segundo informações da assessoria de Arthur Lira, obtida pelo colunista Guilherme Mazieiro, o rito da Câmara dos Deputados em casos como esse é o seguinte:

  1. Supremo Tribunal Federal (STF) comunica a Câmara em até 24h;
  2. Nos últimos precedentes (Wilson Santiago e Daniel Silveira), a Presidência notificou o deputado preso que a prisão seria apreciada na sessão seguinte, com parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) apresentado diretamente no Plenário em razão da urgência da matéria;
  3. ⁠Defesa fala três vezes, 15 minutos por vez: antes da leitura, após a leitura e após a discussão;
  4. ⁠Quórum de maioria absoluta. Votação aberta. Resolução promulgada na sessão.

Quem mandou matar Marielle? Confira quem foi preso pela PF como mandante Quem mandou matar Marielle? Confira quem foi preso pela PF como mandante

A operação e os presos

A Polícia Federal prendeu preventivamente, na manhã deste domingo três suspeitos de mandar matar Marielle Franco e Anderson Gomes: Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa. Segundo as investigações, a motivação do crime foi a atuação política de Marielle, que atrapalhava o interesse dos irmãos

De acordo com decisão do ministro Alexandre de Moraes que autoriza a prisão, o planejamento da execução teria começado no segundo semestre de 2017, por causa da participação de Marielle na votação do Projeto de Lei Complementar 174/2016. A proposta, de autoria de Chiquinho Brazão na época em que era vereador, dispunha sobre a regulamentação fundiária de loteamentos e grupamentos existentes nos bairros de Vargem Grande, Vargem Pequena e Itanhangá, assim como nos bairros da XVI RA – Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. 

No relatório final do inquérito, que possui 479 páginas, é descrito que a presença de Marielle junto a comunidades em Jacarepaguá era o que mais atrapalhava os interesses dos irmãos. Isso porque na região, que em sua maioria é dominada por milícias, se concentrava relevante parcela da base eleitoral da família Brazão.

operação foi antecipada para este final de semana para preservar o "fator surpresa", já que havia potencial risco de fuga dos investigados. Além disso, para evitar vazamentos, as informações sobre a ação policial foram compartimentadas.

De acordo com o O Globo, agentes responsáveis por executar os 12 mandados de buscas e apreensões no Rio de Janeiro receberam informações genéricas sobre o caso. Os mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em complemento, segundo o jornalista César Tralli, da Rede Globo, a decisão de antecipar a operação foi tomada na noite de quinta para sexta-feira, em Brasília. Foram envolvidas as cúpulas da Procuradoria Geral da República (PGR), da Polícia Federal (PF) e auxiliares do Supremo Tribunal Federal (STF).

A urgência foi devido à homologação da delação do ex-policial militar Ronnie Lessa, na última terça-feira, 19. Detalhes da delação começaram a ser divulgados e poderiam atrapalhar a operação. Além disso, foram encontrados indícios de que parentes dos alvos do inquérito estavam se movimentando para deixar o Brasil. 

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A Operação Murder Inc., como foi nomeada, contou com o apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, da Secretaria Nacional de Políticas Penais e do Ministério da Justiça e Segurança Pública. 

Além de ter como alvo autores intelectuais do crime de homicídio, também estão sendo apurados crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

Fonte: Redação Terra
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