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Jovem foi espancada e morta em área do Terceiro Comando Puro; conheça facção

Vítima da Vila Aliança se negou a ficar com traficante em baile funk na favela da Coreia, zona oeste do Rio de Janeiro

21 ago 2025 - 08h37
(atualizado às 14h10)
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Resumo
Além do assassinato de Sther Barroso dos Santos, crimes recentes, como a execução da traficante Diaba Loira, estão conectados à facção que age inspirada em preceitos religiosos e fundou o Complexo de Israel, conjunto de favelas liderado por Peixão – seu resort em Parada de Lucas foi destruído pela polícia.
Laudo da morte de Sther Barroso dos Santos indica politraumatismos, traumatismo craniano e hemorragia.
Laudo da morte de Sther Barroso dos Santos indica politraumatismos, traumatismo craniano e hemorragia.
Foto: Arquivo pessoal

O que o espancamento e morte de uma jovem, a execução de uma traficante e a caça ao criminoso Peixão, no Rio de Janeiro, têm em comum? O Terceiro Comando Puro (TCP), facção que atua há duas décadas e tem se tornado conhecida pela expansão em outros estados e o envolvimento em crimes de repercussão.

O mais recente é o assassinato de Sther Barroso dos Santos, 22 anos, torturada e abusada sexualmente por se recusar a ficar com o traficante Bruno da Silva Loureiro, o Coronel. Ele integra o Terceiro Comando Puro e teria espancado a jovem em um baile funk na comunidade da Coreia, em Senador Camará, na zona oeste, no domingo, 17.

Três dias antes, na madrugada de quinta, o corpo de Eweline Passos Rodrigues, conhecida como Diaba Loira, foi encontrado em Cascadura, zona norte do Rio de Janeiro. Ela morreu durante confronto entre o Comando Vermelho (CV), facção que havia integrado, contra o Terceiro Comando Puro, sua atual facção.

O gesto de Diaba Loira com as mãos não é inocente: os dedos esticados indicam “tudo três”, ou seja, Terceiro Comando Puro.
O gesto de Diaba Loira com as mãos não é inocente: os dedos esticados indicam “tudo três”, ou seja, Terceiro Comando Puro.
Foto: Arquivo pessoal

Esses e outros crimes e personagens – como o traficante Peixão, que montou um resort estourado pela polícia – chamam a atenção para uma facção que atuava somente no Rio de Janeiro, como inimiga mortal do Comando Vermelho, mas agora se expande por estados como Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia. Mas como surgiu o Terceiro Comando Puro?

Peixão é um dos principais líderes do Terceiro Comando Puro

A história das principais facções do Rio de Janeiro começa com o Comando Vermelho (CV), nos anos 1970, o primeiro grupo criminoso contemporâneo de grande alcance do Brasil. Na década seguinte, para se diferenciar da Falange Vermelha e da Falange Jacaré, surge uma terceira força, o Terceiro Comando.

Ele faz alianças com facções como Amigos dos Amigos (ADA). Porém, uma rebelião em Bangu I, em 2002, liderada por Fernandinho Beira-Mar, líder máximo do Comando Vermelho, elimina diversas lideranças rivais, praticamente extinguindo o Terceiro Comando. Surge uma facção de remanescentes, que não se mistura com outras: o Terceiro Comando Puro (TCP).

Resort de Peixão em Parada de Lucas foi destruído pela polícia em março, mas criminoso ainda segue foragido.
Resort de Peixão em Parada de Lucas foi destruído pela polícia em março, mas criminoso ainda segue foragido.
Foto: Polícia Civil/RJ

Segundo o pesquisador Eduardo Dyna, o TCP “é uma facção com características específicas, com discursos, práticas e controle de condutas sob a perspectiva cristã. Isso significa proibir a prática de fé de outras religiões, como a umbanda, candomblé e o catolicismo nos territórios sob sua influência”.

Uma das principais lideranças do TCP é Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão. Ele está à frente do chamado “Complexo de Israel”, que inclui Parada de Lucas, Vigário Geral, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau. Peixão é um dos criminosos mais procurados do país e teve seu resort destruído pela polícia em março deste ano.

TCP cresce nas brechas do racha entre PCC e CV

Entre as estratégias do TCP está a tomada de territórios, principalmente do Comando Vermelho. As áreas conquistadas são demarcadas com pichações, a bandeira de Israel, entre outras representações cristãs-evangélicas. No que diz respeito a siglas, o TCP é “tudo três”, em referência ao trio de letras.

Em áreas comandadas pelo Terceiro Comando Puro são comuns a estrela de Davi, o leão e outras referências religiosas.
Em áreas comandadas pelo Terceiro Comando Puro são comuns a estrela de Davi, o leão e outras referências religiosas.
Foto: Reprodução

O TCP está se tornando “uma das principais organizações criminais nos últimos anos, se expandindo para outras regiões no Brasil. Produz um novo rearranjo político-criminal no contexto de rotas, tráfico de drogas e exploração de mercados legais e ilegais”, diz Eduardo Dyna.

Segundo pesquisador, o TCP vem ocupando brechas abertas pelo racha entre Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV). “Estou monitorando essas redes sociais que falam sobre crime e grupos de mensagens em aplicativos. Muitas fontes falam que o TCP está em Minas, Bahia e até na região amazônica.”

Fonte: Visão do Corre
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