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Decreto de reciclagem de plásticos levanta a questão: catadores vão ganhar mais?

Norma é comemorada como avanço por incluir cooperativas e catadores como prioritários no processo de reutilização de plástico

27 out 2025 - 07h10
(atualizado às 07h15)
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Resumo
O decreto 12.688/2025 estabelece metas de reciclagem de plásticos, priorizando cooperativas e catadores, que aguardam para saber se terão aumento nos ganhos com a nova política nacional de resíduos sólidos.
Associação e Cooperativa Recicle a Vida, do Distrito Federal, funcional como centro de ccapacitação e tratamento de resíduos.
Associação e Cooperativa Recicle a Vida, do Distrito Federal, funcional como centro de ccapacitação e tratamento de resíduos.
Foto: Edmar Chaperman/Funasa

A instituição, por decreto, do Sistema de Logística Reversa de Embalagens de Plástico, com normas para reutilização reconhece, pela primeira vez de forma estruturada, o papel prioritário das cooperativas e associações de catadores. A mudança é positiva, segundo representantes da categoria, mas eles ainda têm dúvidas sobre uma questão: os trabalhadores vão ganhar mais?

A nova norma traz metas para reutilização e reintrodução dos plásticos reciclados em novas embalagens, a partir de 2026. “Mas deve haver a priorização da inclusão dos catadores e catadoras de materiais recicláveis no cumprimento do decreto”, lembra Joilson Santana, coordenador executivo do Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA), em Salvador (BA).

Ele lembra que esses profissionais são responsáveis por 90% de tudo que é encaminhado para reciclagem no país. “A efetiva inclusão e remuneração justa desses profissionais é condição essencial para que o decreto se torne uma política ambiental e social de verdade, e não apenas uma obrigação empresarial”. Na Bahia, existem mais de 50 cooperativas e associações registradas.

Galpão da Rede Transforma, em São Paulo, com 500 profissionais que recolhem materiais recicláveis enviados por mais de 30 cooperativas.
Galpão da Rede Transforma, em São Paulo, com 500 profissionais que recolhem materiais recicláveis enviados por mais de 30 cooperativas.
Foto: Rede Transforma

Implantação do decreto vai mostrar se ganhos de catadores aumentam

O decreto 12.688/2025 aprimora a infraestrutura e a logística de recolhimento, reciclagem e reutilização do plástico. Anderson Nassif, representante do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis e diretor de Logística Reversa da Associação Nacional dos Catadores, comemora a nova regra.

Sobre a possibilidade dos trabalhadores ganharem mais, ele diz que o Movimento “estará pronto para, novamente, contribuir e defender, obviamente, os interesses da nossa categoria”. Para Nassif, somente o funcionamento da nova regra, a partir do próximo ano, poderá dar a resposta sobre aumento dos ganhos de catadoras e catadores.

A mesma cautela é manifestada por Regina Sarah, 31 anos, da Rede Transforma, em São Paulo. A Rede reúne 500 profissionais que recolhem materiais recicláveis enviados pela Rede Sul, com mais de 30 cooperativas parceiras. “O decreto garante que a gente está pagando a quem se deve pagar, os catadores. Agora, se esse material passa a ter um valor mais atrativo, eu não posso afirmar.”

Regina Sarah, da Rede Transforma: decreto é positivo, mas só a implantação pode mostrar o que acontecerá com catadoras a catadores.
Regina Sarah, da Rede Transforma: decreto é positivo, mas só a implantação pode mostrar o que acontecerá com catadoras a catadores.
Foto: Arquivo pessoal

Meta do Brasil é reutilizar 40% do plástico até 2040

O decreto sobre plásticos regulamenta e fortalece a Política Nacional de Resíduos Sólidos ao estabelecer obrigações para fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes em relação à destinação ambientalmente adequada das embalagens plásticas pós-consumo.

Pelo texto, o Brasil se compromete a coletar e reciclar metade de todas as embalagens plásticas até 2040. Para o próximo ano, a meta é de 32%. Quanto à reutilização do plástico, o objetivo do Brasil é sair de 22% para alcançar a marca dos 40% até 2040.

O novo decreto cria metas nacionais de coleta, reciclagem e uso de plástico reciclado, e determina que empresas devem investir em pontos de entrega voluntária e em parcerias com cooperativas. “É claro que, até o decreto estar em prática, ficamos apreensivos, mas a gente acredita que é um avanço”, diz Sarah, da Rede Transforma.

Fonte: Visão do Corre
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