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Cria: O projeto que leva aulas de teatro para favelas do Rio

Projeto introduz o teatro na vida de crianças e adolescentes do Complexo de Favelas do Caju, na Zona Portuária do Rio de Janeiro

11 abr 2022 - 05h00
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Foto: Carlos Moreira

Com mais de 20 mil moradores (IBGE), o Complexo de favelas do Caju é composto por 8 favelas e está localizado na Zona Portuária, um dos pontos mais importantes da cidade do Rio de Janeiro.

Mesmo com toda sua relevância, os habitantes da região se sentem abandonados pelo poder público e a precariedade das favelas reflete esse sentimento dos moradores. Basta uma breve visita para atestar toda a precariedade e violência que infelizmente permeia o local.

Em meio a esse cenário surgiu o Projeto Cria, fundado pela atriz e educadora Laura Campos Braz, em 2018, oferecendo aulas gratuitas de teatro para jovens e crianças de toda a comunidade.

Laura, que tem 9 anos de experiência com artes cênicas, notou que muitos alunos tinham dificuldades de assimilar o conteúdo escolar por causa do cotidiano de violência da região e decidiu tentar mudar essa realidade mostrando outras perspectivas. Para isso, ela usou o teatro como ferramenta educacional e de inclusão social.

A profissional, que também foi uma aluna com muita dificuldade de aprendizagem, conta que o teatro mudou a sua postura diante dos estudos, dando autonomia para encontrar a sua própria maneira de estudar. Laura acredita que esta metodologia é o grande diferencial do Projeto Cria.

Mesmo sem uma estrutura ou auxílio do governo, Laura iniciou o projeto oferecendo aulas de teatro de rua em uma quadra localizada na Praça do Mar, onde montou o primeiro espetáculo do projeto, chamado Cortejo Favela. A peça conta a história do Caju e do surgimento das favelas, utilizando música, história, literatura e escrita criativa.

O principal objetivo do projeto é oferecer referências de arte para crianças e jovens, além de criar uma agenda cultural na região que não conta com muitas opções de lazer ou entretenimento. Ocupar os espaços públicos e democratizar o acesso à cultura para muitos moradores que não têm conexão com a internet é a possibilidade de apresentar novas perspectivas para quem vive diariamente uma realidade repleta de pobreza e violência.

Foto: Carlos Moreira

O estudante de teatro Pedro Bento, um dos beneficiados pelo Cria desde sua inauguração em 2018, conta que o projeto abriu diversas portas e o possibilitou conhecer novas pessoas e superar a timidez. As aulas de teatro aumentaram sua capacidade de expressão, uma habilidade que ele considera importante para qualquer pessoa em qualquer profissão.

Pedro conta que pretende continuar na carreira de ator e vai investir mais ainda na sua carreira. Seu maior sonho é se tornar uma referência para outros jovens que compartilham da mesma realidade.

ANF
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