Shirley Chisholm: conheça a mulher que poderia ter sido a 1ª presidente dos EUA
Seu histórico e atuação, ainda hoje, são exemplos de coragem e resiliência diante das barreiras impostas pelo racismo e pelo machismo na esfera pública. Na década de 1970, foi a primeira mulher negra a se candidatar à presidência do país
Durante as décadas de 1960 e 1970, os Estados Unidos vivenciaram transformações profundas nos debates sobre igualdade de direitos e representação política. Em meio a esse cenário marcado por conflitos sociais, o nome de Shirley Chisholm surgiu como uma referência fundamental na luta por justiça. Mulher e negra, foi uma das figuras de maior projeção no Congresso norte-americano em uma época em que mulheres não tinham voz. Sua história inspiradora e atuação política, ainda hoje, são exemplos de coragem e resiliência diante das barreiras impostas pelo racismo e pelo machismo na esfera pública.
A atuação de Shirley Chisholm ultrapassou os limites do pioneirismo. Foi a primeira mulher negra a ser eleita para o Congresso dos Estados Unidos, em 1968. Lá, Chisholm dedicou sete mandatos à defesa dos direitos civis. Também atuou na luta contra a discriminação racial e de gênero e à promoção de políticas públicas em educação. Sua entrada no legislativo simbolizou um rompimento de barreiras, mostrando que a representatividade pode influenciar diretamente as pautas e decisões políticas.
Em 1972, Shirley se lançou como candidata nas primárias presidenciais do Partido Democrata. Assim, o movimento inédito consolidou sua imagem como desbravadora dos espaços até então negados para mulheres negras. Contudo, mesmo diante de resistência, até mesmo dentro do partido e em parte dos próprios movimentos negros, ainda patriarcais, sua participação abriu terreno para discussões sobre pluralidade e representatividade no poder público.
Shirley Chisholm: quem foi a mulher fundamental na história política dos EUA?
Shirley Chisholm nasceu em novembro de 1924. Era filha de imigrantes caribenhos, e desde cedo, enfrentou os desafios da segregação e das desigualdades sociais. A educação, transmitida com rigor por sua família e vivenciada parte dela em Barbados, tornou-se uma das pedras fundamentais de seu desenvolvimento. Anos depois, já adulta, Chisholm ingressou no Brooklyn College. Esta foi uma escolha determinada pelas limitações financeiras da família, No entanto, mudaria sua trajetória ao conectá-la com movimentos sociais e professores que a incentivaram a reconhecer e valorizar sua identidade.
Em discurso enquanto era presidente dos EUA, Barack Obama, primeiro negro a chegar ao cargo, fez uma homenagem: "Existem pessoas em nosso país que não olham para a direita ou para a esquerda, simplesmente olham para frente", afirmou.
"Quero ser lembrada como uma mulher que ousou ser catalisadora de mudanças", disse ela, ao responder sobre legado e a responsabilidade de inspirar tantos jovens ao redor do mundo.
Shirley Chisholm pic.twitter.com/3XjUVbp2DT
— Pat Thomas (@PatThomas1964) July 6, 2025