Como funciona a fila de espera por transplante de fígado, como feito por Faustão
Apresentador está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde passou pelo procedimento na última quarta-feira, 6
Atualmente, 2.310 pessoas aguardam transplante de fígado no Brasil, em um processo coordenado pelo SUS que prioriza critérios clínicos, como gravidade e compatibilidade; Faustão, na fila única, passou pelo procedimento em São Paulo.
No Brasil, atualmente, 2.310 pessoas aguardam por um transplante de fígado, procedimento ao qual foi submetido o apresentador Fausto Silva, o Faustão, na quarta-feira, 6. Ele está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde, nesta quinta-feira, 7, também passou por um retransplante de rim.
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"Os procedimentos ocorreram após o Einstein ser acionado pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo e confirmar a compatibilidade dos órgãos doados por doador único", informou o hospital.
O Ministério da Saúde atualiza todos os dias a relação de pacientes que aguardam por transplantes de tecidos, órgãos e partes do corpo humano: até esta quinta-feira, mais de 46 mil pessoas aguardavam por algum tipo de transplante, em um complexo processo coordenado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre eles, 1.466 homens e 844 mulheres aguardam um fígado. A maior parte dos pacientes está na faixa etária de 50 a 64 anos, seguidos pelos de 35 a 49 e, então, de 18 a 34 anos. A maior concentração de pacientes está em São Paulo, segundo o SUS, onde há 829 pacientes na fila de espera.
A lista de transplantes é única e vale tanto para os pacientes do SUS, quanto para os da rede privada. Como em todos os tipos de transplante, a lista de espera para o de fígado é baseada em critérios técnicos, em que a tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade determinam a ordem de pacientes a serem transplantados.
Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica. No caso dos fígados, são levados em conta, principalmente, casos de insuficiência hepática aguda grave, além da rejeição de órgãos recém-transplantados.
O fígado é a maior glândula do corpo humano e possui diversas funções, que são fundamentais para o funcionamento do organismo, como a regulação do metabolismo, na produção de proteínas essenciais e na síntese de compostos necessários para a digestão. Por ter uma grande capacidade de regeneração, pode ser doada parte deste órgão em vida.
Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a cirurgia é de alta complexidade, mas, quando bem sucedida, restabelece a qualidade de vida de pacientes com doenças hepáticas avançadas e irreversíveis.
Quando o transplante de fígado é necessário?
O procedimento só é considerado quando as condições médicas comprometem gravemente a funcionalidade hepática, ameaçando a saúde e a qualidade de vida do paciente, afirma a ABTO. Para participar da lista de espera de transplantes hepáticos, de acordo com o Ministério da Saúde, é necessário que os potenciais receptores estejam em tratamento de enfermidades hepáticas graves e irreversíveis, como:
- Cirrose decorrente da infecção pelo vírus da Hepatite B ou C;
- Cirrose alcoólica;
- Câncer primário do fígado;
- Hepatite fulminante;
- Síndrome hepatopulmonar;
- Polineuropatia amiloidótica familiar (PAF);
- Cirrose criptogênica;
- Atresia de vias biliares;
- Doença de Wilson;
- Doença de Caroli;
- Hemocromatoses;
- Síndrome de Budd-Chiari;
- Doenças metabólicas com indicação de transplante;
- Cirrose biliar primária;
- Cirrose biliar secundária;
- Colangite eclerosante primária;
- Hepatite autoimune;
- Metástases hepáticas de tumor neuroendócrino irressecáveis, com tumor primário já retirado ou indetectável e sem doença extra-hepática detectável; e
- Cirrose por doença gordurosa hepática não alcoólica.
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