Brasil sob o sol: os riscos do excesso de calor para pessoas e natureza
Excesso de calor no Brasil aumenta risco de desidratação, insolação e agravamento de doenças; entenda sintomas, cuidados e prevenção
O excesso de calor, como o que vem sendo registrado em várias regiões do Brasil, está diretamente ligado a uma série de problemas de saúde. Temperaturas muito altas sobrecarregam o organismo, que precisa trabalhar mais para manter a temperatura interna estável. Esse esforço extra pode afetar principalmente crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas, mas qualquer indivíduo pode ser impactado em situações de calor extremo.
Em ondas de calor prolongadas, o corpo perde mais água e sais minerais por meio do suor. Quando essa perda não é compensada com hidratação adequada e ambientes ventilados, surgem sintomas como cansaço intenso, tontura e dor de cabeça. Em cenários mais graves, o calor excessivo pode levar a quadros de emergência médica, exigindo atendimento rápido para evitar complicações maiores.
Como o calor excessivo afeta o corpo humano?
A palavra-chave central nesse tema é calor excessivo, que se refere a temperaturas elevadas por vários dias, muitas vezes associadas a alta umidade e pouca ventilação. Nessa condição, o mecanismo natural de resfriamento do corpo, que é o suor, passa a ser menos eficiente. Quando o ar já está muito úmido, o suor não evapora com facilidade e o corpo tem dificuldade para eliminar o calor interno.
Esse desequilíbrio térmico pode levar à desidratação e à hipertermia, quando a temperatura corporal sobe acima do normal. O coração precisa bombear mais sangue para a pele, tentando dissipar o calor, o que aumenta a demanda sobre o sistema cardiovascular. Em pessoas com hipertensão, problemas cardíacos ou respiratórios, esse esforço adicional pode desencadear crises e agravar doenças pré-existentes.
Além disso, o calor intenso também interfere na qualidade do sono, na disposição para atividades diárias e na capacidade de concentração. Em ambientes urbanos, com muito asfalto e concreto, o chamado "efeito ilha de calor" faz a temperatura ficar ainda mais alta, principalmente à noite, prolongando a exposição do organismo a condições adversas.
Quais são os principais riscos do calor extremo para a saúde?
Entre os riscos associados a uma onda de calor extremo, os quadros mais frequentemente mencionados por profissionais de saúde incluem:
- Desidratação: perda excessiva de líquidos e sais minerais, podendo causar boca seca, tontura, fraqueza e queda de pressão;
- Exaustão pelo calor: cansaço intenso, suor em excesso, náuseas, dor de cabeça e sensação de desmaio iminente;
- Intermação (golpe de calor): elevação grave da temperatura corporal, geralmente acima de 40 ºC, com pele quente e seca, confusão mental e risco de dano a órgãos;
- Agravamento de doenças crônicas: piora de quadros cardíacos, respiratórios, renais e metabólicos, como diabetes;
- Problemas de pele: queimaduras solares, brotoejas e irritações causadas pelo suor constante e pela exposição ao sol.
Em cidades brasileiras que enfrentam sucessivas ondas de calor, serviços de emergência costumam registrar aumento de atendimentos relacionados a mal-estar súbito, crises respiratórias e queda de pressão. Grupos vulneráveis, como idosos que moram sozinhos, crianças pequenas e pessoas em situação de rua, ficam particularmente expostos, muitas vezes sem acesso a ambientes refrigerados ou água potável em quantidade suficiente.
O que fazer para se proteger do calor excessivo?
Para reduzir os impactos do calor intenso sobre a saúde, especialistas indicam um conjunto de medidas simples, mas eficazes, que podem ser incorporadas à rotina. A hidratação é uma das principais estratégias, assim como a escolha de roupas leves e a organização dos horários de atividades ao ar livre.
- Beber mais água ao longo do dia: mesmo sem sentir sede intensa, é recomendada a ingestão frequente de água. Chás claros e água de coco também podem ajudar na reposição de líquidos.
- Evitar exposição ao sol nos horários mais quentes: entre 10h e 16h, a radiação solar costuma ser mais forte. Quando possível, atividades físicas devem ser feitas em horários mais frescos.
- Usar roupas adequadas: peças leves, de cores claras e tecidos que permitam a ventilação, como algodão, ajudam na transpiração e no equilíbrio térmico.
- Manter ambientes ventilados: abrir janelas, usar ventiladores e, quando disponível, ar-condicionado em temperatura moderada contribui para diminuir o desconforto térmico.
- Cuidar de grupos vulneráveis: observar sinais de mal-estar em crianças, idosos e pessoas com limitações de mobilidade, oferecendo água, sombra e descanso sempre que necessário.
Medidas como evitar bebidas alcoólicas em excesso, dar preferência a refeições leves e não permanecer por longos períodos dentro de carros fechados também são citadas com frequência em campanhas de saúde pública durante as ondas de calor no Brasil.
Ondas de calor no Brasil vão se tornar mais frequentes?
Nos últimos anos, estudos climáticos têm apontado aumento na frequência e na intensidade de ondas de calor em diversas regiões brasileiras. Esse cenário está associado a fatores como urbanização acelerada, desmatamento e mudanças climáticas globais. Em grandes centros urbanos, a combinação de concreto, escassez de áreas verdes e poluição intensifica a sensação térmica e prolonga os períodos de calor.
Com a tendência de episódios de calor extremo mais duradouros, a discussão sobre adaptação das cidades ganha importância. Planejamento urbano com mais áreas arborizadas, sistemas de alerta para picos de temperatura e campanhas educativas sobre cuidados com a saúde em dias muito quentes têm sido apontados como estratégias relevantes. Nesse contexto, a informação atualizada e o acesso a orientações claras se tornam elementos centrais para reduzir riscos à população.
O excesso de calor, portanto, não se limita a um desconforto passageiro. Trata-se de um fator ambiental com impacto direto e indireto na saúde coletiva, que exige atenção constante, especialmente em países tropicais como o Brasil, onde episódios de calor intenso tendem a se repetir com maior frequência.