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Conselheiro do EUA explica por que variante Delta pode atingir crianças

Por menores de 12 anos não serem vacinados contra covid-19 e maior transmissibilidade da nova cepa, os pequenos podem acabar sendo infectados pela doença.

25 jun 2021 - 13h17
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A cada nova cepa do coronavírus que surge ao redor do mundo, especialistas olham com atenção para a probabilidade do público infantil ser atingido por ela. Foi o que aconteceu na quarta-feira (23), quando o imunologista Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, explicou sobre a probabilidade de crianças serem contaminadas pela variante Delta que tem se espalhado pelo mundo e pelo território norte-americano.

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Foto: Baac3nes/Getty Images / Bebe.com

Em entrevista à CBS, Fauci pontuou que a relação entre os menores de 12 anos e o possível contágio pela nova cepa da covid-19 se dá pela ausência de imunização da faixa etária no país e a variante ser ainda mais transmissível do que as anteriores. "Nós não podemos dizer que crianças estão mais suscetíveis a Delta. Mas o que há é um vírus que se transmite com mais facilidade e, consequentemente, crianças serão mais infectadas do que seriam com a variante Alpha, por exemplo", esclareceu o médico.

https://twitter.com/CBSThisMorning/status/1407658829001670660

Ainda em sua fala para o veículo norte-americano, o especialista pontuou que a estimativa é que a variante marcante no Reino Unido e que tem se espalhado para outros países seja a predominante em regiões dos Estados Unidos em que a vacinação ocorre em ritmo lento, vista a eficácia da imunização diante das novas cepas. "A Pfizer/BioNTech é 88% efetiva contra a Delta e 93% efetiva contra a Alpha quando você está lidando com a doença sintomática", defendeu Fauci.

O que já se sabe sobre a variante Delta? 

A nova cepa do coronavírus foi inicialmente identificada na Índia e espalhou-se com facilidade ao redor dos países pela sua maior capacidade de transmissibilidade. Isso fez ela atingir fortemente a Inglaterra, trazendo uma possibilidade de nova onda da doença ao país logo após o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciar que haveria uma flexibilização das medidas de proteção.

Para a agência de comunicação Reuters, ainda no começo de junho, epidemiologistas britânicos pontuaram que a variante Delta é 60% mais transmissível do que a Alpha. Mais tarde, na terceira semana do mês, o país liberou o primeiro relatório em relação ao uso das vacinas Pfizer/BioNTech e AstraZeneca/Oxford.

A análise foi realizada pelo Public Health England, órgão governamental responsável pela saúde pública do país. O levantamento analisou 14.019 casos de contaminação pela variante Delta e a conclusão obtida foi de que a vacina Pfizer/BioNTech preveniu 96% das hospitalizações que ocorreriam em decorrência da nova cepa, após a aplicação das duas doses do imunizante.

Já em relação a AstraZeneca/Oxford, a análise mostrou que ela teve 92% de efetividade também contra a internação em virtude da variante do coronavírus, após os pacientes receberem as duas doses da vacina. Assim, o posicionamento tanto de entidades britânicas quanto estadunidenses é que a população não deixe de se vacinar, pois é a única maneira de combater a propagação de novas cepas e conseguir controlar a covid-19 nas regiões.

Para as crianças, assim como se é discutido sobre novas ondas no Brasil e a maneira que elas atingiriam os pequenos, especialistas continuam enfatizando que o crescimento de casos infantis de coronavírus se dá pelo aumento de adultos infectados que entram em contato com os pequenos. Portanto, a vacinação da população que já faz parte do calendário de imunização acaba protegendo quem ainda está fora dele, como as crianças abaixo dos 12 anos nos Estados Unidos e o público infantil geral no território brasileiro.

Bebe.com
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