Termina greve de 24 horas de funcionários da Lufthansa
Frankfurt (Alemanha) Os funcionários da tripulação da companhia aérea alemã Lufthansa encerraram à meia-noite local (19h desta sexta-feira em Brasília) uma greve de 24 horas em toda a Alemanha após entrar em consenso quanto a uma conciliação e à negociação com um mediador.
O sindicato UFO, que representa os auxiliares de voo, se comprometeu a não convocar mais greves. O chefe do órgão, Nicoley Baublies, disse que procura um mediador.
Para o cargo, vêm sendo levantados os nomes do antigo presidente do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) Franz Müntefering, o antigo prefeito de Hamburgo Henning Voscherau, também social-democrata, e o ex-presidente do Tribunal Constitucional alemão, Hans-Jürgen Papier.
Não é a primeira vez que a Lufthansa recorre a um mediador político para solucionar um conflito salarial: em junho de 2010 a medida foi tomada durante as reivindicações salariais dos pilotos.
No processo de conciliação será negociado, até o dia 12, o aumento salarial e uma participação nos lucros da companhia. Além disso, serão realizadas conversas sobre outros assuntos controversos como a renúncia da Lufthansa a contratar pessoal externo, disse o porta-voz da empresa Alexander Behrens.
A Lufthansa já informou que vai deixar de contratar pessoal externo nas conexões aéreas para Berlim. A greve de 24 horas apoiada hoje por cerca de 18 mil assistentes de voo da Lufthansa obrigará a companhia a cancelar 41 voos até a próxima quinta-feira.
A Lufthansa teve que suspender hoje dois terços de seus voos, o que afetou cerca de 100 mil passageiros. Como consequência da greve, a companhia alemã de transporte ferroviário Deutsche Bahn teve 10 mil passageiros a mais do que o habitual e precisou pôr à disposição mais trens, já que às sextas-feiras naturalmente há mais movimento.
Os atritos acontecem em um momento crítico para a companhia aérea, necessitada de cortar gastos para enfrentar a concorrência das companhias de baixo custo e a alta de preços dos combustíveis.
A direção da Lufthansa cancelou hoje 983 dos 1.781 voos programados e ofereceu aos passageiros afetados a possibilidade de viajar de trem, em caso de trajetos nacionais, e em empresas da concorrência, como a Air Berlim, a segunda do país.
Só funcionaram normalmente os 600 voos programados por filiais como Germanwings e outras companhias do grupo como Austrian Airlines e Swiss. Além disso, a Lufthansa tentou manter suas rotas intercontinentais.
A greve dos funcionários começou na sexta-feira passada em Frankfurt, e continuou na terça-feira desta semana no mesmo aeroporto, o de maior movimento do continente, além dos de Berlim e Munique. Após três anos de congelamento salarial e 13 meses de negociações infrutíferas, o UFO exige para os funcionários de tripulação da Lufthansa aumentos salariais de 5% e o compromisso da empresa de não contratar pessoal externo.