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Volume de aportes em startups cresce 80% no País e chega a US$ 2,7 bi em 2019

Segundo pesquisa realizada pela consultoria de inovação Distrito, foram realizadas 260 rodadas de investimentos em empresas de tecnologia do País no ano passado; setor de fintech lidera em quantia e quantidade de cheques

23 jan 2020 - 05h11
(atualizado em 24/1/2020 às 20h31)
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O ecossistema brasileiro de startups registrou recorde no volume de investimentos recebidos em 2019: segundo levantamento da consultoria de inovação Distrito, as empresas de tecnologia do País receberam US$ 2,7 bilhões em aportes no ano passado. É um crescimento de 80% na comparação com 2018, quando houve cheques que totalizaram US$ 1,5 bilhão.

Ao todo, 260 rodadas de investimento foram realizadas na temporada passada, de acordo com números que fazem parte de estudo revelado com exclusividade ao Estado. O número de aportes cresceu 8,3% na comparação com a temporada de 2018, mas não bateu recordes - em 2017, aconteceram 263 investimentos no País, totalizando US$ 905 milhões. "Há uma evolução maior do mercado nacional e também uma maior liquidez no mercado global. Isso tudo beneficia os investimentos", avalia Gustavo Gierun, cofundador da Distrito.

Responsável por ao menos dez cheques em startups brasileiras no ano passado, incluindo os unicórnios Gympass, QuintoAndar e Loggi,, o grupo japonês SoftBank surge como fiel da balança desse crescimento. Segundo análise da reportagem, as rodadas que contaram com a participação da empresa movimentaram cerca de US$ 1,3 bilhão, respondendo por quase metade do volume de aportes registrado em 2019.

O cenário deve ser diferente neste ano, depois dos problemas apresentados por WeWork e Uber, duas das principais apostas do SoftBank no exterior - a asiática já admitiu que fará menos investimentos no País em 2020. Na visão de Gierun, isso não necessariamente será um problema: "o mercado tem se sofisticado nos últimos anos e atraído cada vez mais investidores estrangeiros", avalia.

Fintechs lideram em quantidade e volume de aportes

Segundo o levantamento realizado pela Distrito, as fintechs (startups de serviços financeiros) foram o setor que mais recebeu atenção dos investidores no Brasil. Foram ao todo 62 investimentos, que somaram US$ 935 milhões - entre eles, estão os US$ 400 milhões da rodada que levou o Nubank a ser avaliado em cerca de US$ 10 bilhões.

O crescimento do segmento também chama a atenção: em 2018, as fintechs brasileiras receberam US$ 338 milhões. O salto foi de 276%. "É um setor que está sofrendo uma revolução intensa, que deve aumentar nos próximos anos", afirma Gierun. "Novas regulações, como open banking, pagamentos instantâneos e cadastro positivo, também abrem espaço para que startups disputem de igual para igual com os grandes incumbentes. Há muitas oportunidades."

Em segundo lugar no que diz respeito a setores, ficou a área de HR Tech (startups de recursos humanos), com total de US$ 344 milhões - desses, US$ 300 milhões foram destinados à Gympass, empresa que oferece um serviço corporativo de atividade física. Completando o pódio em volume de investimentos, está o setor de startups de imóveis, que receberam US$ 335 milhões em aportes. Novamente, o valor foi desbalanceado pelos aportes em duas gigantes do setor: Quinto Andar (US$ 250 milhões, em rodada liderada pelo SoftBank) e Loft (US$ 70 milhões, em aporte liderado pelo fundo do Vale do Silício Andreessen Horowitz).

A maioria dos investimentos realizados no País, porém, está longe da casa das dezenas ou centenas de milhões - apenas 11 investimentos aconteceram após a Série C, jargão do setor que identifica aportes realizados costumeiramente em empresas já maduras.

Segundo o levantamento da Distrito, 87 aportes foram realizados em capital-semente, quando a startup ainda está em estágio inicial de desenvolvimento. Normalmente, são cheques avaliados entre R$ 500 mil e R$ 5 milhões. Outros 40 investimentos foram realizados na fase de Série A, quando a empresa já começou a amadurecer seu produto. Além disso, 38 investimentos foram realizados em fase pré-semente, quando a empresa ainda está em estágio embrionário.

Estadão
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