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Trump é criticado por piada sobre líder norte-coreano Kim Jong Un

15 jun 2018 - 18h20
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira esperar que mais pessoas "prestem atenção" nele, assim como norte-coreanos fazem com seu líder, Kim Jong Un, uma afirmação que gerou críticas instantâneas nas redes sociais e canais de notícias.

Trump, na Casa Branca 8/6/2018 REUTERS/Kevin Lamarque
Trump, na Casa Branca 8/6/2018 REUTERS/Kevin Lamarque
Foto: Reuters

Este é o mais recente exemplo de uma afirmação de Trump sobre líderes fortes -feita em estilo impassível- para alimentar percepções entre seus críticos de que o presidente admira autocratas.

Trump foi perguntado durante uma entrevista ao canal Fox News se iria convidar Kim à Casa Branca. Os dois se encontraram nesta semana para começarem a discutir sobre o programa nuclear de Pyongyang, em uma cúpula marcada pelo que Trump disse ter sido uma química amigável entre eles.

O presidente dos EUA indicou que uma visita de Kim à Casa Branca é possível: "Ele é chefe de um Estado", disse Trump.

"Ele fala e seu povo presta atenção. Eu quero que meu povo faça o mesmo", disse Trump.

    Kim é suspeito de ter ordenado o assassinado de seu meio-irmão em fevereiro e a execução de seu tio em 2013. Investigações da Organização das Nações Unidas (ONU) também relataram violações de direitos humanos, existência de campos de prisioneiros políticos e amplo uso da fome como uma ferramenta para reforçar lealdade política.

    Trump foi posteriormente perguntado por repórteres o que queria dizer com a afirmação. "Estou brincando. Vocês não entendem sarcasmo", disse Trump.

    A piada é reminiscente de uma que fez em um jantar particular com doadores em março, quando destacou que o presidente chinês, Xi Jinping, não enfrenta mais limites de mandatos.

"Eu disse, 'Presidente vitalício. Isto parece bom. Talvez nós devêssemos tentar isto'", afirmou posteriormente, recontando a ofensa que se seguiu.

    "Mas eu estou brincando", disse, queixando-se das reações. "Estou brincando sobre ser presidente vitalício."

Em um comício em fevereiro, ele disse que democratas no Congresso eram traidores porque não quiseram aplaudir seu discurso de Estado da União.

    A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, mais tarde disse que ele não tinha intenção de dizer isto: "O presidente estava claramente brincando com seus comentários", afirmou.

    As afirmações controversas de Trump receberam ataques na mídia porque se encaixam em uma caricatura criada por seus adversários, disse Chris Barron, um estrategista republicano pró-Trump.

    "Eles acreditam que Trump é de alguma maneira este déspota autocrata e estão esperando quaisquer palavras que se encaixem nesta narrativa", disse Barron em entrevista.

Mas David Litt, um redator de discursos para o ex-presidente Barack Obama, disse que culpar o ouvinte por não entender a piada é uma maneira de evitar responsabilidade por ir longe demais.

Há alguns tópicos que presidentes não devem brincar publicamente, para não irritar aliados ou encorajar adversários, disse Litt à Reuters.

"Talvez Donald Trump seja uma espécie de humorista seco e sem expressão que cria ótimos materiais sobre o quão incríveis ditadores são, mas se este for o caso, ele deveria aguardar até se aposentar como presidente para começar a explorar esta parte em especial de seu ato", disse Litt.

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