Naufrágio de barco com migrantes na Tunísia mata 2 crianças
ONG SeaWatch acusa Itália de impedir chegada de ajuda
A ONG alemã SeaWatch informou nesta quarta-feira (30) que duas crianças morreram e uma pessoa está desaparecida após uma embarcação com migrantes ter naufragado na Tunísia.
Segundo a organização, a tripulação foi resgatada por um navio mercante que passava pela área SAR (Busca e Salvamento) do país africano. No entanto, a SeaWatch acusou a Itália de "fazer tudo o que pode" para evitar que os migrantes cheguem em seu território.
"Pedimos ajuda após vermos o barco em perigo com 90 pessoas a bordo, que estava no mar havia três dias. A Frontex chegou seis horas depois, avistou o navio e partiu. As autoridades estão fazendo tudo o que podem para impedi-los de chegar à Itália. Nosso navio poderia ter agido, mas está bloqueado em Lampedusa por motivos infundados", informou a ONG, acrescentando que a Guarda Costeira da Líbia poderá levar os sobreviventes de volta para Trípoli.
A SeaWatch ainda mencionou que a embarcação com os migrantes virou no momento que o navio mercante Port Fukuka tentou salvar as pessoas. O incidente aconteceu na última segunda-feira (28), mas as pessoas seguem até agora no barco que operou o resgate.
"A prática sistemática de atrasos e falhas no resgate é extremamente grave. É urgente garantir que as pessoas possam desembarcar em um porto seguro o mais rápido possível para que possam receber os cuidados médicos e psicológicos necessários", declarou Marco Grimaldi, vice-líder da coligação Aliança Verdes e Esquerda (AVS) na Câmara da Itália.
A notícia foi veiculada pouco tempo depois de ao menos 18 migrantes perderem a vida em um naufrágio na costa de Tobruk, na Líbia, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Ao todo, 50 pessoas estão desaparecidas e apenas 10 foram resgatadas com vida.
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