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Mais antigos restos humanos fora da África são encontrados em caverna de Israel

25 jan 2018 - 18h17
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Uma mandíbula parcial com sete dentes descoberta em uma caverna em Israel representa o que cientistas estão chamando de os mais antigos vestígios conhecidos de Homo sapiens fora da África, mostrando que a nossa espécie caminhou para fora daquele continente muito antes do que se pensava anteriormente.

Pesquisadores anunciaram nesta quinta-feira a descoberta do fóssil estimado entre 177 mil e 194 mil anos, e disseram que os dentes carregam traços característicos do Homo sapiens que não eram presentes em relativos humanos próximos vivos na época, inclusive Neandertais.

O fóssil da parte esquerda da mandíbula superior de um jovem adulto -- o sexo da pessoa ainda não está claro -- veio da caverna de Misliya nas encostas oestes do Monte Carmel, cerca de 12 quilômetros ao sul de Haifa. Dentro da grande caverna desmoronada, uma vez habitada por humanos, também foram encontradas lâminas e outras ferramentas de pedra que eram sofisticadas para a época, diversas lareiras e ossos queimados de animais.

O Homo sapiens apareceu pela primeira vez na África, com os fósseis mais antigos já conhecidos de cerca de 300 mil anos. Um importante marco foi quando a nossa éspecie pela primeira vez saiu da África a caminho de cantos extremos do globo.

Até agora, os fósseis mais antigos de Homo sapiens fora da África tinham vindo de outras duas cavernas em Israel, incluindo uma também no Monte Carmel, de cerca de 90 mil a 120 mil anos.

A nova descoberta apoia a ideia de que humanos migraram da África por meio de uma rota ao norte, vale do Nilo e leste da costa mediterrânea, e não por uma rota sul através do estreito Bab al-Mandeb, costa da Árabia Saudita, subcontinente indiano e leste da Ásia, disse o paleoantropologista da Universidade de Tel Aviv, Israel Hershkovitz, que liderou o estudo.

"Esta é uma descoberta emocionante que confirma outras sugestões de uma migração anterior para fora da África", acrescentou o paleoantropologista Rolf Quam, da Universidade Binghamton em Nova York, co-autor do estudo publicado na revista Science.

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