Polícia da França detém mais cinco pessoas suspeitas de envolvimento no roubo no museu do Louvre
A polícia francesa anunciou nesta quinta-feira (30) a detenção de mais cinco homens suspeitos de envolvimento no roubo ocorrido no museu do Louvre, em 19 de outubro. Um dos detidos é apontado como participante direto da ação criminosa.
A polícia francesa anunciou nesta quinta-feira (30) a detenção de mais cinco homens suspeitos de envolvimento no roubo ocorrido no museu do Louvre, em 19 de outubro. Um dos detidos é apontado como participante direto da ação criminosa.
"Um deles figurava efetivamente como um dos alvos dos investigadores, estava na nossa mira", disse a promotora de Paris, Laure Beccuau, nesta manhã à rádio francesa RTL. Ela acrescentou que as joias roubadas, avaliadas em € 88 milhões (cerca de R$ 550 milhões), ainda não foram encontradas.
O principal suspeito foi detido na noite de quarta-feira (29) e encontrado graças a "vestígios de DNA" na cena do crime, reiterou a promotora. "Quanto às outras pessoas que estão sob custódia, são indivíduos que podem eventualmente nos fornecer informações sobre o desenrolar dos fatos", explicou.
As cinco novas detenções ocorreram em Paris e arredores, entre elas, no município de Seine-Saint-Denis, no norte da região parisiense. No entanto, a promotora se recusou a revelar mais detalhes sobre o perfil dos detidos. "Ainda é cedo", justificou.
Durante a entrevista, Beccuau também anunciou que os dois primeiros detidos, capturados no sábado (25), foram acusados e oficialmente presos na noite de quarta-feira. Os dois seriam integrantes do grupo que entrou por uma janela do Louvre e "admitiram parcialmente os fatos", reiterou a promotora.
Fio de Ariadne
Beccuau revelou que novas buscas foram realizadas na noite passada, sem que o trabalho tenha resultado na recuperação das joias. "Eu diria que, como toda investigação, esta é como um fio de Ariadne", disse a promotora fazendo uma alusão à mitologia grega.
Ela também deixou um recado para quem esteja escondendo as peças roubadas: "Evidentemente, a Justiça saberá levar em conta o fato de não haver prejuízo material neste roubo". De acordo com a promotora, "a cooperação na investigação será considerada na hora do julgamento".
No entanto, as novas detenções "não estão de forma alguma ligadas às declarações" dos dois primeiros acusados, mas sim "a outros elementos que constam no processo", acrescentou. Segundo ela, além das provas de DNA, imagens de câmeras de segurança e análise de dados telefônicos auxiliaram na localização do novo grupo.
Os dois primeiros detidos — capturados no aeroporto Charles de Gaulle e no município de Aubervilliers, na periferia de Paris — "optaram por não se manifestar" diante do juiz encarregado da instrução do caso, revelou a procuradora. Os dois homens, ambos na faixa dos 30 anos, "prestaram declarações que, do ponto de vista dos investigadores e do Ministério Público, são minimalistas em relação ao que o processo parece demonstrar", destacou Beccuau.
As investigações continuam na tentativa de identificar todos os envolvidos e reencontrar as joias. Segundo a promotora, nada "permite, neste estágio, afirmar que os criminosos tenham contado com a cumplicidade de alguém dentro do museu".
Roubo cinematográfico
Um comando formado por quatro homens roubou, em pouco mais de sete minutos, oito joias da coroa francesa em 19 de outubro. Os ladrões invadiram o museu parisiense, em pleno horário de visitação, por meio de um elevador de carga estacionado na via pública. Dois integrantes da quadrilha usaram uma serra elétrica para quebrar as vitrines que protegiam as joias. Em seguida, o grupo fugiu em duas motocicletas.
Entre as peças levadas estão uma tiara de pérolas que pertenceu à imperatriz Eugênia e um conjunto de colar e brincos de safiras da rainha Maria Amélia. Durante a fuga, os criminosos deixaram cair uma coroa que pertenceu à imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III, que ficou danificada. A restauração será "delicada", advertiu a promotora de Paris.
As autoridades francesas também vêm insistindo na dificuldade para a comercialização das joias, que podem ser facilmente reconhecidas e rastreadas. "Ainda há tempo para devolvê-las", sublinhou Beccuau.
(Com AFP)