PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Europa

Morre Laszlo Csatary, o criminoso de guerra nazista mais procurado do mundo

12 ago 2013 - 13h25
(atualizado às 13h29)
Compartilhar

Laszlo Csatary, o criminoso de guerra nazista mais procurado do mundo, preso no ano passado, morreu aos 98 anos no último sábado em Budapeste, antes de prestar contas pela deportação de 12 mil judeus húngaros na Segunda Guerra Mundial.

Csatary ocupou o primeiro lugar na lista dos criminosos de guerra do Centro Simon Wiesenthal (CSW), acusado de crimes contra a humanidade, considerado colaborador ativo na deportação de judeus húngaros em 1944.

Efraim Zuroff, diretor do CSW, assegurou nesta segunda-feira estar "profundamente desiludido" pela morte de Csatary, já que assim "se livrou da justiça" na Hungria e Eslováquia.

Nascido em 4 de março de 1915 em Many, a oeste da capital Budapeste, Csatary serviu desde o início da Segunda Guerra Mundial como oficial da Polícia Real da Hungria. Embora se saiba pouco de sua vida, informações da Procuradoria Geral húngara revelaram que em 1942 ele foi transferido para a atual Ko?ice, na Eslováquia, que pertencia à Hungria.

Entre maio e junho de 1944, depois da invasão nazista da Hungria e pouco antes do golpe de estado, Csatary "participou ativamente" da deportação de mais de 12 mil judeus húngaros para campos de concentração como Auschwitz.

Conhecido pela crueldade, no campo de Ko?ice, Csatary "castigava (os judeus) com um chicote sem motivo e sem considerar sexo, idade e a saúde das pessoas agredidas", assinalou a procuradoria húngara.

Ele também é considerado responsável pela prisão arbitrária em janeiro de 1945 de um adolescente de 17 anos que depois foi enviado para um campo de concentração.

Em 1948, Csatary foi condenado à morte por crimes de guerra em Ko?ice. O oficial não esperou a sentença e fugiu com documentos falsos para o Canadá, onde escondeu seu "passado" e conseguiu a cidadania canadense em 1955, ao usar um passaporte iugoslavo.

Csatary viveu no Canadá até 1997, quando as autoridades locais descobriram a falsidade ideológica e sua colaboração com as forças nazistas. Ele perdeu a cidadania e voltou à Hungria onde viveu com seu verdadeiro nome na capital, sem ninguém questionar suas ações do passado.

Em abril de 2012 o CSW pôs Csatary no primeiro lugar da lista de criminosos de guerra mais procurados. Poucos meses depois, em junho, o tablóide britânico "The Sun" publicou fotos de Csatary em casa. A divulgação resultou na sua prisão pelas autoridades húngaras.

Zuroff revelou hoje dúvidas sobre o compromisso das autoridades húngaras com a punição dos cidadãos envolvidos no Holocausto, já que Csatary "viveu durante tanto tempo tranquilamente na capital húngara".

A procuradoria apresentou um ano depois de sua prisão, em junho, acusações formais contra Csatary. Era esperado que o julgamento começasse no segundo semestre deste ano.

O acusado negou sistematicamente todas as acusações, argumentando que era um erro e que na verdade se tratava de um homônimo, limitando sua contribuição com os alemães ao trabalho de interprete.

Em janeiro passado, o Tribunal Regional de Ko?ice comutou a sentença de pena de morte ditada em 1948 por outra de prisão perpétua, enquanto se esperava que Csatary enfrentaria outro julgamento, agora na Eslováquia, em setembro.

Csatary se tornou "herói" para a extrema direita, que defendia que as acusações contra ele eram falsas.

Sofrendo com várias internações nos últimos meses, o criminoso nazista morreu no útimo dia 10 em um hospital em Budapeste, onde estava internado com pneumonia.

EFE   
Compartilhar
Publicidade