Exército russo divulga imagens de suposto drone ucraniano que teria atingido residência de Putin
O Exército russo reiterou nesta quarta-feira (31) as acusações de que a Ucrânia teria atacado com drones uma residência do presidente Vladimir Putin e publicou um vídeo que mostra um aparelho derrubado durante a suposta ofensiva. O governo ucraniano nega as acusações. Pouco depois da divulgação das imagens, Putin disse em sua mensagem de Ano-Novo que acredita na vitória da Rússia na Ucrânia após quase quatro anos de conflito.
O Ministério da Defesa da Rússia divulgou imagens de um soldado com o rosto coberto ao lado dos destroços de um drone, afirmando que o equipamento carregava uma carga explosiva de seis quilos. Moscou acusa Kiev de ter lançado 91 drones, na noite de domingo (28) para segunda-feira (29), contra uma residência de Putin localizada em Valdai, entre a capital do país e São Petersburgo, que é protegida por um forte esquema de segurança.
No relatório divulgado nesta quarta pelo Exército russo, o general Alexandre Romanenkov, responsável por unidades de mísseis antiaéreos, declarou que o "ataque terrorista" contra a residência de Putin foi "cuidadosamente planejado". Os militares também publicaram um mapa mostrando a trajetória dos drones, além do depoimento de um homem apresentado como morador de um vilarejo próximo à residência presidencial.
A Ucrânia negou o ataque e disse que a Rússia não tinha provas. De acordo com Kiev, esta é uma tentativa de Moscou de justificar um bloqueio das negociações do plano de paz proposto pelos EUA em novembro para encerrar o conflito. O documento já foi modificado diversas vezes e tem pontos de bloqueio, como concessões territoriais da Ucrânia, garantias de segurança e adesão do país à Otan.
A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, acusou a Rússia de tentar "sabotar" os esforços de paz com acusações "infundadas". "A alegação da Rússia de que a Ucrânia teria recentemente mirado locais governamentais estratégicos visa criar distração", escreveu no X. A troca de farpas compromete as negociações iniciadas em novembro para tentar pôr fim ao conflito, que representa uma ameaça à segurança europeia.
Russia's claim that Ukraine recently targeted key government sites in Russia is a deliberate distraction. Moscow aims to derail real progress towards peace by Ukraine and its Western partners.
No one should accept unfounded claims from the aggressor who has indiscriminately…
— Kaja Kallas (@kajakallas) December 31, 2025
Em sua mensagem de Ano-Novo, Putin diz que a Rússia acredita em sua "vitória" na Ucrânia. "Parabenizo todos os nossos combatentes e comandantes na chegada de 2026. Acreditamos em vocês e em nossa vitória", declarou ele em um em vídeo transmitido pela televisão russa.
Instituto questiona veracidade das imagens
Na terça-feira (29), o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, alertou que "as consequências (desse ataque) farão o país rever sua posição". O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), dos Estados Unidos, que monitora os combates entre Rússia e Ucrânia, também questionou a veracidade do ataque e das provas apresentadas por Moscou.
O ISW afirmou na terça que não encontrou imagens amadoras nem registros na imprensa russa que "normalmente" aparecem após "ataques ucranianos" no território, como seria o caso da ofensiva contra uma das residências de Putin.
Em resposta aos bombardeios russos, Kiev realiza regularmente ataques com drones contra território inimigo, às vezes muito além das fronteiras, e essas ações costumam ser confirmadas por mídias locais ou canais no Telegram.
Com agências