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Europa

Jogadora é demitida na Itália após apoiar ultranacionalista

Titty Astarita se candidatará a cargo de vereadora em Marano e apoiou o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini

15 out 2018 - 11h50
(atualizado às 17h36)
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Matteo Salvini, ministro do Interior da Itália
Matteo Salvini, ministro do Interior da Itália
Foto: Remo Casilli / Reuters

A jogadora Titty Astarita, da equipe feminina do clube Afro-Napoli United, foi demitida nesta segunda-feira (15), após anunciar sua candidatura a vereadora em Marano, nos arredores de Nápoles, por uma lista independente que apoia o partido ultranacionalista Liga, do ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini.

Em nota, o clube afirmou ter nascido de "um projeto de inclusão" e que defende a integração de imigrantes através do futebol. O Afro-Napoli United ainda disse que seu objetivo é "dar voz a uma Itália multiétnica que já existe e que é objeto de discriminação e racismo".

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"Somos obrigados a comunicar que, após a escolha da capitã da nossa equipe feminina, Titty Astarita, de concorrer nas eleições municipais de Marano com uma lista cívica aliada a Salvini, não formalizaremos sua inscrição para o campeonato regional C1 da Campânia", acrescentou o clube.

A jogadora de 26 anos disse ter ficado "sem palavras" e se defendeu alegando que não possui o mesmo ideal político que Salvini. "Quando me disseram que eu tinha de escolher, fiquei sem palavras, candidatei-me em uma lista cívica, não me uni às políticas de Salvini e não faria uma selfie com ele", afirmou Astarita, em entrevista à ANSA.

"Eu teria entendido se eles me pedissem para devolver a faixa de capitã, mas eu não esperava que eles me pedissem para retirar a candidatura para ficar no clube", disse a atleta. Em uma mensagem no Twitter, o ministro do Interior, que fechou os portos do país para migrantes resgatados no mar, pediu para se manter "a política fora do esporte".

"Após a decisão de me retirar da equipe, me senti muito mal, chorei. Eu sonhava com o futebol desde que era criança e, quando entro em campo, sinto que tenho 12 anos. Eu estava bem no Afro-Napoli e acredito em muitos dos valores que eles trabalham, mas eu nunca imaginaria que seria discriminada", revelou Astarita.

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Ansa - Brasil   
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