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"Humilhação": popularidade de Macron despenca em meio a caos político na França

O índice de confiança no presidente francês, Emmanuel Macron, despencou neste último mês, chegando a 14%, segundo uma pesquisa do instituto Elabe para o jornal Les Echos, divulgada nesta quinta-feira (9). Em meio à pior crise política das últimas décadas, o líder de centro-direita bate seu próprio recorde de impopularidade.

9 out 2025 - 04h56
(atualizado às 08h20)
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O índice de confiança no presidente francês, Emmanuel Macron, despencou neste último mês, chegando a 14%, segundo uma pesquisa do instituto Elabe para o jornal Les Echos, divulgada nesta quinta-feira (9). Em meio à pior crise política das últimas décadas, o líder de centro-direita bate seu próprio recorde de impopularidade.

O levantamento mostra uma queda livre na popularidade de Macron, de três pontos em apenas um mês, sete em dois meses e 13 desde março de 2025. Para o jornal Les Echos, o resultado da pesquisa é "uma humilhação para o presidente da República" e destaca que, com apenas 14% de popularidade, o chefe de Estado se iguala ao recorde do socialista François Hollande, em novembro de 2016, "o "nível mais baixo já registrado" no país.

"Não é mais uma crise de impopularidade, é agora uma crise de hostilidade", diz o presidente do instituto Elabe, Bernard Sananès. A rejeição ocorre até mesmo entre seus eleitores, lembra, apontando que apenas 38% dos franceses que votaram em Macron no primeiro turno das eleições presidenciais de 2022 ainda confiam nele.

Crise política

A crise que enfrenta o presidente está nas capas dos principais jornais e é tema de editoriais nesta quinta. Na véspera, o primeiro-ministro demissionário, Sébastien Lecornu, concedeu uma entrevista na televisão francesa para explicar sua decisão de abandonar o cargo, menos de um mês após ter sido nomeado por Macron. Fiel escudeiro do presidente francês, o agora ex-chefe de governo foi o quinto premiê do segundo mandato do líder centrista, e o quarto primeiro-ministro em apenas um ano.

Lecornu assumiu o cargo em 10 de setembro, após uma aposta fracassada de seu antecessor, François Bayrou, de pedir um voto de confiança à Assembleia Nacional da França. Ex-ministro das Forças Armadas (equivalente ao Ministério da Defesa no Brasil), ele tinha como principal missão dialogar com as diferentes forças políticas do Parlamento para tentar aprovar um orçamento para 2026, até o final deste ano. 

No último domingo (5), após semanas de negociações, Lecornu revelou um gabinete quase idêntico ao de Bayrou, com ministros de centro-direita e de direita. Cerca de 12 horas depois, na segunda-feira (6) renunciou ao cargo porque, segundo ele, "não havia mais condições" para que continuasse.

No mesmo dia, Macron pediu para Lecornu continuar à frente dos assuntos administrativos e conduzir negociações para tentar formar "uma nova base de apoio político".

Por trás da crise

O jornal Libération avalia que o pano de fundo do caos político na França é a reforma da Previdência, imposta em 2023 pela então primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, sem a votação final na Assembleia Nacional. A exigência de revogação da lei foi a base da campanha da coalizão da esquerda Nova Frente Popular, que venceu as eleições legislativas antecipadas de 2024, mas o presidente se recusou desde então a nomear um primeiro-ministro de esquerda, como manda a tradição. 

"Deputados estão em pânico com a possibilidade de uma nova dissolução", diz o jornal Le Figaro no título de uma matéria. O diário destaca o temor de parlamentares centristas e de direita de enfrentar novas eleições. Já a grande maioria dos representantes da esquerda e da extrema direita acreditam que a atual legislatura não tem mais capacidade para seguir adiante.

Apesar das especulações, a sede da presidência francesa anunciou na noite de quarta-feira que um novo primeiro-ministro será nomeado "nas próximas 48 horas", afastando a possibilidade de uma dissolução da Assembleia. Ao ser questionado sobre a probabilidade de um chefe de governo de esquerda, Lecornu disse não ter informações sobre quem será o próximo premiê e ressaltou: "é o presidente quem decide".

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
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