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Europa

Comitê de Le Pen: "estávamos sozinhos contra todos"

7 mai 2017 - 18h36
(atualizado às 20h43)
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Foto: Reuters

Nem rosas azuis em uma mão e taças de champanhe na outra eram suficientes para que os seguidores de Marine Le Pen escondessem a desilusão e a tristeza após a notícia de que a líder da extrema direita tinha sido derrotada no segundo turno das eleições presidenciais da França pelo centrista Emmanuel Macron.

"Não me surpreende o resultado. Estávamos sozinhos contra todos. Os demais partidos e veículos de imprensa apoiaram Macron. Ganhar era impossível", afirmou à Agência Efe Jean Jacques, eleitor fiel da Frente Nacional (FN), partido de Le Pen, há muitos anos.

Quando a tela mostrou Macron como novo presidente da França, o salão onde estavam os eleitores de Le Pen foi tomado por uma grande vaia como uma mostra de rejeição. Entre eles, fica a sensação de que a campanha foi como uma luta entre "Davi e Golias".

"A propaganda que os veículos de comunicação fizeram influenciou de maneira considerável, mas não perco a esperança porque ainda restam as eleições legislativas (marcadas para junho)", disse à Efe a integrante do gabinete de Le Pen Soraya Le Mer.

Foto: Reuters

Le Pen, que chegou ao evento organizado no Chale du Lac às 19h locais (14 em Brasília), só apareceu depois da publicação das primeiras projeções de voto que a consideravam como derrotada. Macron tinha 65% contra 35% da líder da Frente Nacional.

Quando entrou no grande salão, Le Pen foi recebida por gritos de "Marine, a presidente do povo". Os eleitores balançavam bandeiras francesas que tinham sido entregues na entrada do local.

Além disso, eles cantaram em uníssono A Marselhesa, o hino nacional do país, antes dos resultados e imediatamente depois após a notícia da derrota da candidata da extrema direita.

"Não podemos perder o espírito", disse Olivier Dute, que viajou de Montpellier, no sul da França, para comparecer especialmente ao evento organizado por Le Pen.

Quando a grande derrotada da noite terminou seu breve discurso, todo o salão rompeu em aplausos. Ela, inclusive, desceu do palanque para cumprimentar alguns dos militares e para agradecê-los por seu apoio durante a campanha.

Nunca antes um candidato da FN esteve tão perto do Palácio do Eliseu. O pai de Marine, Jean-Marie Le Pen, que foi ao segundo turno em 2002, obteve apenas 17,79% dos votos contra Jacques Chirac.

Foto: Reuters

Para o coordenador do projeto presidencial de Marine, Jean Messiha, o resultado não é tão negativo. "Seremos o líderes da oposição", cravou.

A mesma afirmação foi feita pela própria Marine, que garantiu que o resultado de hoje é "histórico". A líder da extrema direita disse que comandará o combate nas eleições legislativas e que quer reunir todos aqueles que preferem colocar a França em primeiro lugar. Para isso, anunciou uma profunda renovação de seu movimento político.

Após o discurso, a festa continuou em um clima misto de desilusão e esperança. Os mais animados pelas perspectivas das eleições legislativas tentavam encorajar os demais. Mas nunca antes uma taça de champanhe acabou tendo um sabor tão amargo.

EFE   
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