'Campo minado' na política francesa: Assembleia analisa orçamento sob ameaça de impasse
O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, "enfrentará um verdadeiro campo minado na Assembleia Nacional", diz o jornal Le Parisien. Começa "uma corrida contra o tempo em um plenário ainda fragmentado", é o que destaca o portal de notícias Franceinfo, sobre o debate orçamentário inédito que terá início na Assembleia Nacional da França. Após tantas rupturas e instabilidade política que levaram ao temor de uma "ingovernabilidade", os deputados iniciam a análise do projeto de lei de finanças para 2026, nesta sexta-feira (24).
O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, "enfrentará um verdadeiro campo minado na Assembleia Nacional", diz o jornal Le Parisien. Começa "uma corrida contra o tempo em um plenário ainda fragmentado", é o que destaca o portal de notícias Franceinfo, sobre o debate orçamentário inédito que terá início na Assembleia Nacional da França. Após tantas rupturas e instabilidade política que levaram ao temor de uma "ingovernabilidade", os deputados iniciam a análise do projeto de lei de finanças para 2026, nesta sexta-feira (24).
"Assim como no ano passado, o plenário está dividido em três blocos, sem maioria clara - o que levou o ex-primeiro-ministro Michel Barnier a tentar aprovar o orçamento de 2025 sem votação, utilizando o artigo 49.3 da Constituição, antes de ser censurado", recorda o Franceinfo.
O atual primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, por sua vez, se comprometeu a não recorrer ao instrumento constitucional do artigo 49.3, dispositivo que permite a validação de uma medida mesmo sem a aprovação dos parlamentares: "Será um orçamento Frankenstein", afirmou ele.
Com a ambição de resistir aos ataques da oposição para aprovar o projeto de lei de finanças, a imprensa francesa analisa que a posição de Lecornu não é das mais simples, ainda mais com prazo apertado: os parlamentares têm até a véspera do Natal para analisar milhares de emendas sobre os orçamentos do Estado e da Previdência Social.
"Sobrevivência do governo em jogo"
Le Parisien questiona se as discussões chegarão a um resultado dentro do prazo estipulado, "ou mesmo se chegarão a algum resultado, dada a dificuldade de se formar uma maioria". Para agravar a situação, a "sobrevivência do governo [está] em jogo", destaca a reportagem desta sexta-feira.
O tradicional diário Le Monde pontuou em sua capa o temor de um impasse na Assembleia. A Comissão de Finanças da Assembleia rejeitou, na quinta-feira (23), parte das receitas do projeto de lei de finanças. Apenas os deputados do Renascimento, partido liberal do presidente Emmanuel Macron, votaram a favor.
Enquanto a esquerda aponta a falta de justiça fiscal, os demais temem não alcançar o objetivo anunciado de € 30 bilhões em economias.
"Essa rejeição antecipa debates difíceis durante a análise do texto em plenário, que deve começar nesta sexta-feira, com cada partido mantendo firmemente suas posições", destaca Le Monde, que alerta ainda que se o orçamento não for aprovado dentro do prazo, há um risco real de o governo adotá-lo por meio de decretos, mesmo com a promessa do primeiro-ministro de manter o diálogo.