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EUA perguntam ao Conselho de Segurança da ONU sobre Irã: "onde está a indignação?"

18 out 2017 - 21h10
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Os Estados Unidos acusaram o Irã nesta quarta-feira de violar diversas resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, dizendo que não irão mais "fechar os olhos" e perguntando ao conselho de 15 membros sobre o comportamento de Teerã: "onde está a indignação?".

Embaixadora dos EUA Nikki Haley faz discurso na ONU
 21/9/2017    REUTERS/Stephanie Keith
Embaixadora dos EUA Nikki Haley faz discurso na ONU 21/9/2017 REUTERS/Stephanie Keith
Foto: Reuters

O presidente dos EUA, Donald Trump, deu um golpe na sexta-feira contra o acordo nuclear iraniano de 2015 quando se recusou a certificar formalmente que Teerã está cumprindo o acordo para conter seu programa nuclear, mesmo com inspetores internacionais afirmando que está.

"Ao julgar o Irã pelos estreitos limites do acordo nuclear se perde a natureza real da ameaça. O Irã deve ser julgado em totalidade por seu comportamento agressivo, desestabilizador e ilegal. Fazer o contrário seria tolo", disse a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, ao Conselho de Segurança.

A maior parte das sanções sobre o Irã foram levantadas no começo de 2016 sob o acordo nuclear mediado por potências mundiais e consagrado em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU. A resolução ainda sujeita Teerã a embargo de armas da ONU e outras restrições que não são tecnicamente partes do acordo nuclear.

"O regime continua manipulando este conselho. O Irã se esconde por trás de sua afirmação de conformidade técnica com o acordo nuclear enquanto viola descaradamente os outros limites em seu comportamento", disse Haley ao Conselho de Segurança.

"Onde está a indignação deste conselho?", disse. "Os Estados Unidos não irão fechar os olhos para estas violações".

Durante um encontro do Conselho de Segurança focado em Israel e os palestinos, Haley falou exclusivamente sobre o Irã, levando o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, a perguntar posteriormente: "Talvez eles tenham confundido o item da agenda?".

O chefe da ONU é obrigado a relatar a cada seis meses ao conselho sobre violações das sanções e contenções remanescentes sobre o Irã. Preocupações têm crescido de que o Irã possa ter violado o embargo de armas e que lançamentos de mísseis balísticos não foram "consistentes com o espírito construtivo" do acordo nuclear.

    Haley também acusou o Irã de violar resoluções do Conselho de Segurança no Líbano e no Iêmen.

Nenhum membro do conselho propôs tomar qualquer ação contra o Irã. Diplomatas disseram que a Rússia e a China, potências com poder de veto, provavelmente não concordariam com mais medidas.

    "Se nós tivéssemos ambições hegemônicas, o acordo nuclear nunca teria sido alcançado. A abordagem do novo governo dos EUA e a recente estratégia perigosa em relação ao acordo e ao Irã segue contra a vontade da comunidade internacional", disse o embaixador do Irã na ONU, Gholomali Khoshroo, ao Conselho de Segurança.

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