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Estados Unidos

"Vórtice polar" leva temperatura mais baixa em quatro décadas aos EUA

7 jan 2014 - 09h17
(atualizado às 10h00)
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Trabalhador limpa caminho no oeste do Capitólio dos Estados Unidos, em Washington Foto: Reuters

A costa leste dos Estados Unidos enfrenta nesta terça-feira seu dia mais gelado em quatro décadas, com uma queda histórica das temperaturas, o que aliado ao intenso vento, provocará uma sensação térmica de até -50ºC em alguns pontos.

A intensa onda de frio, provocada por um "vórtice polar", atingirá seu auge entre a noite de terça-feira e a quarta-feira, dia em que as temperaturas recuperarão os níveis normais desta época, até subir mais do que o habitual para janeiro durante o fim de semana.

O "vórtice polar", a palavra mais escutada nos Estados Unidos nas últimas 24 horas, é um ciclone de ar extremamente frio situado normalmente no norte do Canadá, mas que nestes dias se deslocou para o sul acompanhado de fortes rajadas de vento. O fenômeno ligou o alarme no nordeste e meio-oeste do país, onde escolas foram fechadas, milhares de voos cancelados e recomendando que os cidadãos, na medida do possível, não saiam de suas casas.

Minnesota já viu descer seus termômetros até -48ºC, enquanto Chicago verá descer a temperatura até - 45ºC e Detroit registrará -37ºC. No lago Michigan, próximo a Chicago, foram registradas temperaturas de quase -30ºC. Um navio quebra-gelo precisou ser acionado para ajudar a abrir caminho para outras embarcações.

Na capital do país, acostumada a temperaturas mais amenas do que outras cidades vizinhas, a temperatura descerá até os -20ºC, o que só tinha ocorrido anteriormente há mais de 40 anos.

O frio registrado nesta terça-feira em boa parte dos EUA é tão intenso que, como não se cansam de demonstrar os repórteres das televisões americanas, a água quente de um copo lançada ao ar se transforma automaticamente em neve.

A severa frente fria afeta 140 milhões de pessoas de 26 Estados e provocou quatro mil cancelamentos de voos, mais de nove mil atrasos, milhares de cortes de luz e mais de uma dezena de mortes, de maneira direta ou indireta.

Quando a temperatura fica abaixo dos -25ºC, a pele exposta fica congelada em questão de minutos e a hipotermia não demora a surgir. O frio é tanto que inclusive os ursos polares e os pinguins dos zoológicos de algumas cidades como Chicago foram cobertos.

Para os humanos, as autoridades recomendam usar manoplas ao invés de luvas, não permanecer na rua molhados e, se as circunstâncias permitirem, não ir para as ruas de modo algum. Caso precisem se deslocar, deve-se verificar se a bateria dos veículos está carregada, pois as que têm mais de três anos poderiam não funcionar em temperaturas tão baixas.

Quem ficar em casa é preciso ter cuidado também. Embora seja tentador subir a calefação, o que os especialistas recomendam é mantê-la relativamente baixa e abrigar-se sob cobertores para evitar cortes elétricos. Outra recomendação é proteger os encanamentos, pois as temperaturas baixas podem fazer com que se rompam e provocar inundações, como já ocorreu em alguns lugares de Boston.

Os sintomas do congelamento são a perda da sensibilidade e a palidez nos dedos, orelhas e nariz. A hipotermia se manifesta com perda de memória, desorientação, fadiga e calafrios. Neste caso, deve-se levar a vítima a um lugar coberto, dar-lhe bebidas quentes e depois ir ao médico.

Colaborou com esta notícia o internauta Gustavo Souza Rosa, de Florianópolis (SC), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

EFE   
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