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Estados Unidos

Chefe da CIA é condenado a 2 anos de liberdade condicional

Ex-diretor David Petraeus terá que pagar multa de 100 mil dólares por ter compartilhado arquivos confidenciais com a amante

23 abr 2015 - 20h42
(atualizado às 22h08)
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O ex-diretor da CIA, David Petraeus deixa o tribunal federal em Charlotte, NC, quinta-feira, 23 de abril, 2015 após se declarar culpado de partilha de segredos superiores do governo com sua amante e biógrafa
O ex-diretor da CIA, David Petraeus deixa o tribunal federal em Charlotte, NC, quinta-feira, 23 de abril, 2015 após se declarar culpado de partilha de segredos superiores do governo com sua amante e biógrafa
Foto: Chuck Burton / AP

O ex-diretor da CIA (Agência Central de Inteligência) foi condenado nesta quinta-feira a dois anos de liberdade condicional e 100 mil dólares de multa no caso do vazamento de documentos confidenciais entregues à sua amante, anunciou o Departamento de Justiça americano.

Petraeus, o ex-general conhecido nos Estados Unidos como o homem que mudou o curso da guerra no Iraque, se declarou culpado em um tribunal da Carolina do Norte.

O ex-diretor da CIA e herói dos Estados Unidos evitou assim um julgamento potencialmente embaraçoso e colocou um ponto final ao escândalo que abalou a inteligência americana em 2012.

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Se não se declarasse culpado, o militar poderia ser condenado a seis anos de prisão - cinco deles com liberdade condicional - pela principal acusação. Segundo os critérios de recomendação do governo, haveria a po

ssibilidade de acumular outros dois anos por obstrução da Justiça e abuso de função.

O departamento de Justiça disse previamente que Petraeus reconheceu ter dado oito "livros negros" - registros que guardava de quando era comandante americano no Afeganistão - à sua amante e biógrafa, Paula Broadwell.

"Hoje chega ao fim um período difícil de dois anos e meio, que são consequência dos erros que eu cometi", admitiu Petraeus ao sair do tribunal em Charlotte, segundo um canal de televisão local.

"Como fiz no passado, pedi perdão a pessoas próximas e a muitas outras, inclusive a quem tive o privilégio de servir durante anos no governo e no exército. Quero aproveitar para agradecer a todos aqueles que expressaram e demostraram seu apoio", disse.

Os cadernos incluíam sua rotina diária, anotações confidenciais, a identidade de agentes secretos, detalhes sobre a capacidade da inteligência americana, palavras em código, resumos das sessões do Conselho de Segurança Nacional e relatos de suas reuniões com o presidente Barack Obama, segundo os documentos da justiça.

"Os livros negros contêm informação confidencial e de defesa nacional", explica.

"São muito secretos, alguns deles... quero dizer que há material codificado neles".

Um funcionário historiador do Departamento de Defesa recolheu os documentos secretos que Petraeus acumulou quando era general, mas ele nunca havia dado seus computadores ao historiador, como havia sido solicitado.

Petraeus se comunicou por email com Broadwell, prometendo lhe dar os computadores e os enviou pessoalmente à sua residência em Washington DC. Recuperou os chamados livros negros alguns dias depois e os guardou em sua casa.

Em outubro de 2012, agentes do FBI interrogaram Petraeus na sede da CIA quando ainda era diretor. O general aposentado lhes disse que nunca havia repassado qualquer informação secreta a Broadwell.

Agora, Petraeus "admitiu ter retirado e conservado sem autorização informação secreta e ter mentido ao FBI e à CIA sobre a posse e manipulação de informação sigilosa", declarou a promotora Jill Westmoreland Rose em um comunicado.

Ter dado informação secreta a Broadwell e depois ter ficado com os computadores em casa claramente viola sua obrigação legal de salvaguardar a informação sigilosa, disseram as autoridades.

Nenhuma informação secreta apareceu no livro de Broadwell publicado em 2012.

Senado norte-americano condena tortura da CIA:
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