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Chanceler brasileiro diz não concordar com crítica da Casa Branca a Lula sobre guerra na Ucrânia

No domingo, Lula voltou a colocar o governo ucraniano como um dos responsáveis pela guerra na Ucrânia

17 abr 2023 - 19h54
(atualizado às 20h27)
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Chanceler Mauro Vieira
Chanceler Mauro Vieira
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou na noite desta segunda-feira que não ouviu as críticas do porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, aos comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia.

Após reunião com Lula e o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, em Brasília, Mauro Vieira disse ainda que não concorda e desconhece a razão de Lavrov ter feito as críticas.

"De forma alguma concordo. Não sei como nem por que ele chegou a essa conclusão, mas não concordo de forma alguma", disse o chanceler brasileiro, ao sair do encontro no Palácio da Alvorada. Vieira ressaltou que não tinha acompanhado a fala.

"Desconheço as razões pelas quais ele disse isso", acrescentou.

Mais cedo, a Casa Branca criticou Lula e o acusou de estar reproduzindo "propaganda russa e chinesa" ao tratar da guerra entre Rússia e Ucrânia. Kirby afirmou que os comentários de Lula foram "simplesmente equivocados".

Vieira afirmou ainda na noite desta segunda-feira que Lula reiterou que o Brasil está disposto a cooperar com a paz. Segundo ele, o país está pronto para se unir a um grupo de países que quiserem conversar sobre a paz na Ucrânia.

O chanceler brasileiro disse ainda que Lavrov trouxe a Lula uma carta convite para Lula participar de um fórum econômico em São Petersburgo. Conforme Vieira, a visita desta sexta-feira de Lavrov a Lula foi de cortesia.

No domingo, Lula voltou a colocar o governo ucraniano como um dos responsáveis pela guerra na Ucrânia. Em entrevista coletiva ao deixar hotel em Abu Dhabi, onde encerrou uma visita oficial, Lula afirmou que os EUA e os países europeus que fornecem armas à Ucrânia contribuem para a continuidade do conflito.

"Eu penso que a construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra, porque a decisão da guerra foi tomada por dois países e agora o que nós estamos tentando construir? Nós estamos tentando construir um grupo de países que não têm nenhum envolvimento com a guerra, que não querem a guerra, que defendem construir paz no mundo para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia", disse Lula na ocasião.

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