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Ásia

Irmão de Kim Jong-un tinha substância mortal no rosto

10 out 2017 - 16h26
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Kim Jong-nam
Kim Jong-nam
Foto: Reuters

Um especialista químico da Malásia afirmou nesta terça-feira (10) que a quantidade do agente neurotóxico encontrada no rosto de Kim Jong-nam, meio-irmão do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, assassinado em fevereiro, superava em 1,4 vezes a dose letal.

Durante audiência do julgamento da indonésia Siti Aisyah e da vietnamita Doan Thi Huong, acusadas do homícidio de Jong-nam, o especialista Raja Subramaniam, disse que o agente neurotóxico VX foi detectado no corpo, sangue, olho e até mesmo na roupa da vítima.

Além disso, a arma química também foi encontrada nas roupas que as duas mulheres vestiam no dia do ataque, informou Subramaniam, ressaltando que exames realizados em animais mostram que a dose letal corresponde a 0,142 miligramas por cada quilograma do peso corporal, e que metade da população testada morreria caso a pele fosse exposta a essa dosagem.

Subramaniam ainda estimou a concentração do agente nervoso no rosto de Kim Jong-nam em 0,2 miligramas por cada quilo do peso corporal.

Ao ser questionado sobre se a concentração de VX detectada no rosto de Kim seria suficiente para o matar, o especilista disse que não pode "dar uma resposta direta sobre isto, mas baseado na estimativa de concentração, é cerca de 1,4 vezes superior à dose letal".

O VX é tão letal que integra a lista da ONU de armas de destruição em massa. Kim morreu pouco depois do ataque, quando o agente neurotóxico atingiu seu sistema nervoso.

O Ministério Público também indicou que esta semana vai apresentar imagens de segurança do aeroporto de Kuala Lumpur que mostram as duas mulheres cientes de que manuseavam um veneno. As duas mulheres são acusadas de jogar o veneno no rosto de Jong-nam. Elas foram detidas pouco depois do assassinato, que aconteceu no dia 13 de fevereiro.

Esta é a primeira prova que vincula diretamente as duas mulheres ao VX, uma variação altamente mortal de gás sarin. Por sua vez, as duas suspeitas se declaram inocentes logo na abertura do julgamento. As suspeitas afirmam que foram recrutadas por um homem - suspeito de ser um agente da Coreia do Norte - para "estrelarem" uma espécie de pegadinha para um show de televisão com câmeras escondidas. De acordo com o depoimento da jovem indonésia, o crime foi pago com US$ 90.

As duas mulheres são as únicas acusadas pela morte de Jong-nam.

A polícia malaia afirma que quatro norte-coreanos suspeitos de envolvimento no assassinato deixaram o país no dia do ataque. Já outros três que estavam na embaixada tiveram a saída do país permitida após as autoridades entrarem em acordo com Pyongyang.

Segundo a agência de Inteligência da Coreia do Sul, o assassinato do irmão do ditador Kim Jong-un seria parte de complô de cinco anos organizado pelo líder norte-coreano para eliminar o próprio irmão.

Por sua vez, na época, a Coreia do Norte tentou impedir a Malásia de conduzir uma autópsia insistindo para que o corpo fosse entregue ao país. Pyonyang sustenta que a morte foi causada por um ataque cardíaco e acusa as autoridades malaias de conspiração. 

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