Venezuela reforça Exército com 5.600 novos soldados em meio a tensões com os EUA no Caribe
Um sinal das tensões na região: o Exército venezuelano incorporou, neste sábado (6), em Caracas, 5.600 novos soldados. Considerando a presença de uma grande força naval dos Estados Unidos no Caribe desde agosto — incluindo o maior porta-aviões do mundo — como uma "ameaça", o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu durante uma cerimônia, o aumento do recrutamento militar e uma frente unida contra o "imperialismo".
"Em hipótese alguma permitiremos uma invasão por uma força imperialista", declarou o coronel Gabriel Alejandro Rendón Vílchez durante a cerimônia neste sábado, em reação às manobras militares dos Estados Unidos.
O general Javier José Marcano Tábata confirmou que o número de voluntários que ingressam nas Forças Armadas está aumentando rapidamente. "Num momento em que o imperialismo ameaça nossa pátria, nosso povo e nossa juventude, milhares estão se juntando às Forças Armadas Nacionais Bolivarianas", declarou na cerimônia realizada em Fuerte Tiuna, o maior complexo militar da Venezuela, em Caracas.
O Exército venezuelano tem aproximadamente 200 mil soldados, além de 200 mil policiais, segundo dados oficiais.
Ataques a navios de supostos traficantes
As tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela aumentaram desde que Washington lançou ataques aéreos contra navios pertencentes a supostos traficantes de drogas, resultando na morte de 87 pessoas, principalmente no mar do Caribe, sem apresentar qualquer prova de sua ligação com o narcotráfico.
A Venezuela é acusada pelo presidente americano Donald Trump de estar por trás do tráfico de drogas que inunda os Estados Unidos. Caracas nega essa acusação e argumenta que o verdadeiro objetivo de Washington é a mudança de regime e o controle do petróleo venezuelano.
(Com AFP)