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Morte de Hugo Chávez

Dilma lamenta morte de Hugo Chávez, a quem chama de 'amigo do Brasil'

5 mar 2013 - 20h06
(atualizado às 22h16)
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Presidente Dilma Rousseff pede um minuto de silêncio pela morte de Chávez
Presidente Dilma Rousseff pede um minuto de silêncio pela morte de Chávez
Foto: Reuters

A presidente Dilma Rousseff lamentou nesta terça-feira a morte do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Durante a abertura do 11º Congresso Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, em Brasília, Dilma afirmou que Chávez foi "uma liderança comprometida com seu país e com o desenvolvimento dos povos da América Latina".

"Em muitas ocasiões o governo brasileiro não concordou integralmente com o presidente Chávez, mas hoje nós, como sempre, reconhecemos nele uma grande liderança, uma perda irreparável e, sobretudo, um amigo do Brasil", afirmou. "Deixará no coração, na história e nas lutas da América Latina um vazio. Lamento, como presidente da República, e como uma pessoa que tinha por ele um grande carinho", completou.

"Além de liderança expressiva, o presidente Chávez foi um homem generoso. Generoso com todos aqueles que neste continente precisaram dele", concluiu, antes de pedir um minuto de silêncio aos presentes no evento.

A presidente Dilma Rousseff participará do enterro de Chávez, confirmou ao Terra um interlocutor com trânsito no gabinete presidencial. Segundo a fonte, Dilma irá a Caracas, mas o governo brasileiro ainda precisa ser informado sobre a data da cerimônia.

Uma das primeiras ações da presidente assim que soube da morte de Chávez foi desmarcar a viagem que faria amanhã à Argentina. As primeiras movimentações da presidente incluiu conversas com o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. Próximo ao governo venezuelano, Garcia chegou a ser enviado a Cuba pelo governo brasileiro para obter informações sobre a saúde de Chávez.

Ainda nesta terça-feira é esperada uma nota oficial da Presidência da República sobre o assunto. Dilma participa no início desta noite de um evento ligado a trabalhadores rurais e, segundo assessores, ainda vai avaliar e aprovar o texto a ser publicado assim que voltar ao seu gabinete, no Palácio do Planalto.

Dilma lamenta morte de Hugo Chávez e presta homenagem:
Veja a íntegra do discurso de Dilma:

Queria iniciar minha fala fazendo uma manifestação antes de começar propriamente o discurso. Hoje, lamentavelmente, infelizmente e com tristeza eu digo a vocês que morreu um grande latino-americano. O presidente da Venezuela Hugo Chávez Frias.

Essa morte deve encher de tristeza todos os latino-americanos e centro-americanos. O presidente Chávez foi, sem dúvidas, uma liderança comprometida como seu país e com o desenvolvimento dos povos da América Latina. Em muitas ocasiões o governo brasileiro não concordou integralmente com o presidente Chávez, mas hoje nós, como sempre, reconhecemos nele uma grande liderança, uma perda irreparável e, sobretudo, um amigo do Brasil.

O presidente Hugo Chávez deixará no coração, na história e nas lutas da América Latina um vazio. Lamento, como presidente da República e como uma pessoa que tinha por ele um grande carinho. Além de liderança expressiva, o presidente Chávez foi um homem generoso. Generoso com todos aqueles que neste continente precisaram dele. Quero pedir um minuto de silêncio para homenagear esse grande latino-americano.

Morre Hugo Chávez

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, morreu aos 58 anos nesta terça-feira. A informação foi confirmada pelo vice Nicolás Maduro em cadeia de televisão pouco antes das 19h, pelo horário do Brasil. Ontem, um boletim do governo informava que o estado de saúde do líder, operado quatro vezes de um câncer, havia piorado.

"Transmitimos aos seus familiares e a todo o nosso povo a nossa dor. Essa dor imensa, essa tragédia histórica", afirmou Maduro. Chávez morreu às 16h25 (17h55 de Brasília) e o anúncio foi feito pelo vice-presidente acompanhado de grande parte dos mais altos cargos do governo. "Pedimos a todos os venezuelanos que sejam vigilantes pela paz, pelo respeito, pela tranquilidade desta pátria", disse.

Horas antes, Maduro havia se reunido com os governadores chavistas e com os membros do governo no Palácio de Miraflores. No início da tarde, ele fez um pronunciamento no qual informou que dois adidos militares dos Estados Unidos foram expulsos da Venezuela por estarem conspirando contra a segurança nacional.

Na mesma fala, o vice também acusou os "inimigos" de causarem a doença de Hugo Chávez e anunciou que uma comissão vai investigar essa possibilidade. "O comandante enfrenta seus dias mais difíceis", disse Maduro, embargando a voz.

"Comandante Chávez, obrigado por tudo o que fez por esse povo", afirmou, emocionado, o encarregado de substituir o presidente venezuelano. Nicolás Maduro, escolhido vice por Chávez após as eleições de outubro do ano passado, disse que as informações sobre o velório e o enterro do mandatário serão passadas em breve.

O governo colocou em prática um plano militar e policial especial para garantir "a paz" do país. "Estava previsto um esquema especial de toda a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), que neste momento está se preparando para acompanhar e proteger nosso povo", afirmou Maduro. "A paz, queridos compatriotas, o respeito e a paz têm que andar de mãos dadas nesta dor imensa após esta tragédia histórica que hoje atinge nossa pátria", pediu o vice venezuelano.

Hugo Chávez tratava um câncer desde junho de 2011, quando se submeteu, em Cuba, a primeira operação para retirada de nódulos. O líder da chamada revolução bolivariana se submeteu ao tratamento de quimioterapia e, no dia 20 de outubro do mesmo ano, anunciou que o câncer tinha sido superado. No entanto, em fevereiro de 2012, Chávez fez novos exames e descobriu "uma lesão" no mesmo local de onde o tumor foi retirado. Era outro tumor, que foi retirado. O presidente, então, voltou a se tratar em Havana. O local exato do câncer nunca foi revelado.

No dia 9 de julho de 2012, o presidente venezuelano afirmou que estava "totalmente curado" da doença. O câncer persistiu e, no dia 8 de dezembro, Chávez foi à televisão anunciar que precisava se submeter a um novo tratamento, mais forte, e que poderia não assumir para seu terceiro mandato em janeiro. "Se isso acontecer e novas eleições forem convocadas, peço que votem no companheiro Nicolás Maduro", disse na época. Esta foi a última vez que Chávez foi visto em público.

A cirurgia foi realizada em Havana no dia 11 de dezembro e, desde então, Chávez não fez mais pronunciamentos. A voz do presidente nunca mais foi ouvida. Essa ausência causou uma série de dúvidas sobre o real estado de saúde do líder. A oposição acusava o governo de estar mentindo. O governo divulgava boletins quase semanais com poucas informações.

Em fevereiro, após semanas de incertezas, o governo da Venezuela divulgou imagens de Chávez ao lado das filhas. Nas três fotos exibidas por Maduro em uma entrevista coletiva, o presidente aparecia deitado e sorrindo.

Fonte: Terra
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