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África

Egito: forças de segurança detêm principal líder da Irmandade Muçulmana

19 ago 2013 - 21h22
(atualizado em 4/12/2013 às 15h42)
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Mohamed Badie, o guia supremo da Irmandade Muçulmana, durante discurso a dezenas de milhares de egípcios no dia 5 de julho
Mohamed Badie, o guia supremo da Irmandade Muçulmana, durante discurso a dezenas de milhares de egípcios no dia 5 de julho
Foto: AP

Mohamed Badie, guia supremo da Irmandade Muçulmana, foi preso na madrugada desta terça-feira no Cairo, informou à AFP um alto responsável do ministério do Interior. A detenção do principal líder do grupo do presidente egípcio deposto Mohamed Mursi ocorre no sexto dia da violenta repressão ao movimento islâmico.

O chefe da Irmandade e outros dois líderes do movimento foram detidos em um apartamento na região da praça Rabaa al-Adawiya, local do massacre de 280 ativistas islâmicos na quarta-feira passada, durante a primeira operação policial e militar contra os manifestantes pró-Mursi. As TVs egípcias divulgaram na madrugada desta terça imagens de Badie, 70 anos, sendo levado pela polícia. Os dirigentes da Irmandade e seis seguranças se entregaram sem resistência aos policiais, disse à AFP um alto oficial egípcio, que pediu para ter a identidade preservada.

Badie estava escondido no apartamento desde o início da ocupação da praça Rabaa al-Adawiya pelos seguidores de Mursi, no final de junho, segundo a mesma fonte. Justiça egípcia decretara a prisão de Badie e de vários outros líderes da Irmandade Muçulmana por "incitação à violência" no dia 10 de julho, uma semana após o Exército destituir e prender Mursi, primeiro presidente egípcio eleito democraticamente.

Há seis dias, o poder instalado pelo Exército ordenou a dispersão sistemática - e frequentemente violenta - de qualquer manifestação dos partidários de Mursi, e os choques com as forças da ordem já deixaram mais de 900 mortos desde a quarta-feira passada. Ao menos mil manifestantes partidários de Mursi foram detidos, incluindo os principais dirigentes da Irmandade Muçulmana, que devem ser julgados a partir de 25 de agosto. O filho de Badie morreu baleado na sexta-feira passada, em um dos protestos "contra o golpe de Estado" que derrubou Mursi.

Badie, eleito guia supremo da Irmandade Muçulmana em 2010, foi preso várias vezes nos anos sessenta, acusado de diversos complôs. Adepto de um Islã rigoroso, defende a 'islamização' progressiva da sociedade no lugar de uma mudança radical do poder. Nascido em 1943 na cidade de Mahalla, no delta do Nilo, Badie estudou e foi professor de veterinária antes de dar os primeiros passos no movimento do teórico e ativista radical islâmico Sayyid Qutb.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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