Depois de EUA e Argentina, China anuncia que não participará da reunião do G20 na África do Sul
O presidente chinês Xi Jinping não comparecerá ao encontro do G20, na África do Sul, informou nesta quinta-feira (13) a presidência chinesa. Segundo o comunicado, o chefe de Estado será representado pelo primeiro-ministro Li Qiang. Há poucos dias, Estados Unidos e Argentina também anunciaram que boicotariam o evento. A notícia é mais um revés para Pretória, que organiza a reunião das maiores economias do mundo entre os dias 22 e 23 de novembro.
O comunicado da presidência chinesa não explica os motivos da ausência de Xi Jinping, que participou do encontro no ano passado. Já no caso de Donald Trump, a razão é clara: o presidente americano boicota a reunião há meses. Desde o retorno do presidente norte-americano à Casa Branca este ano, África do Sul e Estados Unidos se envolveram em várias disputas.
Trump acusa o governo sul-africano de "perseguições contra fazendeiros brancos", alegações apresentadas sem provas e firmemente contestadas. Além disso, o tema escolhido por Pretória para sua presidência do G20, "Solidariedade, igualdade, sustentabilidade", que prioriza o alívio da dívida dos países em desenvolvimento, o financiamento da adaptação às mudanças climáticas e o crescimento inclusivo, não agradou a Washington. O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, classificou a pauta como "antiamericana".
"Azar o deles"
"Vamos tomar decisões importantes e eles perdem com sua ausência", declarou o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa a jornalistas na Cidade do Cabo. "Os Estados Unidos também estão renunciando a um papel muito importante que deveriam ter como a maior economia do mundo", acrescentou.
O G20 acontecerá sem os chefes de Estado das duas maiores potências mundiais. "Azar o deles", respondeu Ramaphosa na quarta-feira (12), antes mesmo do anúncio da ausência do líder chinês. "Os boicotes nunca funcionam, eles têm o efeito inverso", afirmou.
O encontro acumula contratempos. O presidente argentino Javier Milei não irá a Pretória e será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Pablo Quirno, informou um porta-voz da presidência argentina. A presidente mexicana Claudia Sheinbaum também não estará presente. Vladimir Putin tampouco comparecerá, já que continua sob um mandado de prisão da Corte Penal Internacional.
Com agências