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Dilma promete foco na educação e País de classe média

Presidente se recusou a comentar tratamento do PT aos condenados do Mensalão como heróis em entrevista ao Jornal Nacional

18 ago 2014 - 21h22
(atualizado às 22h01)
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Nesta segunda-feira foi a vez da presidente Dilma Rousseff conceder uma entrevista ao Jornal Nacional da TV Globo. Pressionada a respeito de temas polêmicos como a corrupção em diversos ministérios, o julgamento do Mensalão, a situação da economia e o programa Mais Médicos, a candidata à reeleição pelo PT se defendeu de críticas e concluiu sua participação afirmando que, se eleita para o segundo mandato, manterá o Brasil como um país de classe média no qual a educação será o centro de tudo.

Confira abaixo o que disse a candidata à presidência sobre os temas distintos:

Corrupção no governo:

"Nós fomos justamente aquele governo que mais estruturou os mecaninsmos de combate à corrupção. A Polícia Federal no meu governo e no do Lula ganhou imensa autonomia para investigar, descobrir e prender. Além disso, tivemos uma relação muito respeitosa com o Ministério Público. Nenhum Procurador-Geral da República foi chamado no meu governo e no governo Lula de 'engavetador-geral da República', porque escolhemos com absoluta isenção os procuradores. Fomos nós que criamos a Controladoria Geral da União, que se transformou em um órgão forte e que também investigou e descobriu muitos casos.. Nós criamos a lei de acesso à informação, um portal da transparência. Nem todas as denúncias de escândalo resultaram na constatação de que a pessoa tinha que ser punida e seria condenada. Muitos daqueles que foram identificados como tendo praticado atos indevidos foram posteriormente inocentados. Nem todas as pessoas denunciadas foram punidas pelo Judiciário e tiveram comprovadamente culpa. Muitas pessoas se afastaram porque é muito difícil resistir a pressão da família ou a apresentação da pessoa como tendo praticado um crime."

"Recentemente fui muito criticada por ter substituído o Cesar Borges pelo Paulo Sergio. O Paulo Sergio foi meu ministro e ministro do presidente Lula. Quando saiu do governo, ele ficou dentro do governo em um cargo importante que era o da empresa de planejamento e logística. O Cesar Borges o substituiu. Posteriormente, eu troquei o Cesar Borges novamente pelo Sergio. O Cesar Borges também ficou dentro do governo na secretaria de portos. Os dois são pessoas que eu escolhi, nas quais eu confio. Os partidos podem fazer exigência, agora, eu só aceito quando eu considero que ambos são pessoas íntegras e competentes, têm tradição na área. E são pessoas da minha confiança. Eu troquei porque tinha confiança nestas pessoas."

Mensalão e STF:

"Eu sou presidente, eu não faço nenhuma observação sobre julgamentos realizados pelo Supremo Tribunal, porque a Constituição exige que o presidente da república respeite e consiede a importância da autonomia dos outros órgãos. E unão julgo ações dos supremo, eu tenho opiniões peesoais. Enquanto eu sou presidente eu não externo a opinião a respeito de julgamento do Supremo. Durante o processo inteiro não manifestei nenhuma opinião sobre o julgamento, até porque respeito o julgamento. Eu não vou tomar nenhuma posição que me coloque em confronto, conflito. Aceitando ou não, eu respeito a posição da Suprema Corte brasileira. Isso não é uma questão subjetiva. Para exercer o cargo de presidente, eu tenho que fazer isso."

Saúde:

"Nós tivemos e ainda temos muitos problemas a enfrentar na saúde. Eu acredito que nós enfrentamos um dos desafios mais graves desafios que há na  saúde. Você precisa ter médicos. Se você não tem médicos, não tem atendimento à saúde. É possível olhar a população e ver que ela sempre reclamou da falta de médicos. Nós tivemos uma atitude muito corajosa. O Brasil tem uma das menores taxas de médicos por mil habitantes e isso levou uma carência imensa de médicos na atenção básica, que são os postos de saúde. Qual foi a providência que tomamos, com muita resistência? Primeiro chamamos médicos brasileiros, precisávemos de 14 mil. O número veio insuficiente. Não tinha médicos suficientes formados no Brasil com condições de atender. Depois chamamos médicos brasileiros ou não formados no interior. Na sequência chamamos, também não chegou ao número suficiente. Na sequência chamamos médicos cubanos e aí conseguimos chegar a 14.462 médicos. 50 milhões de brasileiros não tinham atendimento médico e agora tem."

"Não acho (que seja uma situação razoável para a população). Nós assumimos o caso dos Mais Médicos o atendimento aos postos de saúde como uma responsabilidade federal. Agora nós consideramos que é muito importante tratar das especialidades, criar as condições para o Brasil dar atendimento de especialidades com exames mais rápidos. Assim como nós enfrentamos e resolvemos o problema dos 50 milhões de brasileiros e 14 mil médicos, hoje temos a condição de resolver isso."

Economia:

"Nós enfrentamos a crise pela primeira vez no Brasil não desempregando, não arrochando salários, não aumentando tributos. Reduzimos e desoneramos a folha. Reduzimos a incidência de tributos sobre a cesta básica. Eu não sei da onde são os dados (da economia estagnada), nós temos duas coisas acontecendo. Nós temos uma melhoria prevista no segundo semestre. Tem uma coisa em economia que chama índices antecedentes. Todos esses indicam uma recuperação no segundo semestre. A inflação cai desde abril. Agora ela atinge zero por cento. O que eu estou dizendo é, o Brasil está superando as dificuldades de enfrentar uma crise sem demitir."

Reeleição:

"Ao mesmo tempo preparamos o Brasil para um novo ciclo de crescimento. Um Brasil moderno, mais inclusivo, produtivo e competitivo. Criamos as condições para o País dar um salto, colocando a educação no centro de tudo. Isso significa que queremos continuar como um País de classe média, cada vez maior a participação da classe média, mais oportunidade para todos. Eu acredito no Brasil e mais do que nunca acho que todos precisam acreditar e diminiuir o pessimismo."

Fonte: Terra
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