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Jornadas de trabalho irregulares aumentam risco de obesidade, diz USP

Estudo diz que jornadas de trabalho irregulares levam a privação do sono, o sedentarismo e a má alimentação, o que por sua vez pode gerar obesidade ou sobrepeso

24 abr 2023 - 18h09
(atualizado em 25/4/2023 às 07h58)
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Foto: AnnaStills/Envato / Canaltech

Segundo um estudo da USP publicado na revista científica The Journal of Biological and Medical Rhythm Research, jornadas de trabalho irregulares e prolongadas são fatores de risco para aumento da obesidade e do sobrepeso. A privação do sono, o sedentarismo e a má alimentação também têm uma relação direta com essas condições.

A pesquisa foi realizada a partir de uma revisão de literatura de artigos científicos, e aponta que os mecanismos que ligam o trabalho por turnos à obesidade ainda não são totalmente compreendidos, mas podem ter relação com alterações comportamentais causadas por esse tipo de trabalho como horários irregulares das refeições e dessincronização do ciclo circadiano, além de outros hábitos não saudáveis.

Segundo os pesquisadores, toda pessoa exposta a longos períodos de vigília ou submetida a trabalhos com horários em turnos alternados pode apresentar alterações no funcionamento do eixo hipotálamo-hipofisário, que "coordena a maior parte das funções endócrinas, exercendo ação direta sobre a hipófise e indireta sobre outras glândulas, como adrenais, que produzem, entre outros hormônios, o cortisol, que nos deixa despertos e sem sono durante o dia."

O artigo ainda diz que a privação de sono também resulta na desregulação no funcionamento de hormônios ligados à fome e à saciedade, chamados leptina e grelina, que atuam de forma antagônica no controle do apetite. A grelina, por sua vez, estimula a fome, e a leptina, a saciedade.

Estudos chegaram a mostrar que a redução das horas de sono leva à diminuição dos níveis de leptina e, de maneira inversa, aumenta os níveis de grelina, o hormônio produzido predominantemente no estômago e está relacionado com a maior ingestão alimentar.

Para chegar a essa descoberta, o grupo analisou mais de 700 artigos. A ideia era entender qual seria a prevalência de sobrepeso e obesidade entre profissionais de saúde com escala de trabalho em turnos. Entre 20 artigos capazes de responder tal pergunta, 18 mostraram maior incidência de sobrepeso e obesidade entre os profissionais da área da saúde.

A comunidade científica se concentra em entender e combater a obesidade. Anteriormente, pesquisas apontaram que o ganho de peso tem relação com tipo de alimento, e não com quantidade. Neste ano, em estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, pesquisadores descreveram a descoberta de um método de mudança metabólica que pode ajudar a deter obesidade e até câncer. A técnica consiste em modificar a função de uma enzima essencial para a produção de gordura.

Fonte: The Journal of Biological and Medical Rhythm Research, Jornal da USP

Canaltech
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