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Coronavírus

Banco Mundial aprova empréstimo de R$ 1 bi para ampliar Bolsa Família em 2021

Segundo o banco, verba vai apoiar até 1,2 milhão de famílias pobres após o fim do auxílio emergencial; é a primeira vez em 10 anos que o governo recorrerá a empréstimos de organismos internacionais

30 out 2020 - 19h25
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BRASÍLIA - O Banco Mundial aprovou um empréstimo de US$ 1 bilhão para o Brasil, que será usado para ampliação do programa Bolsa Família e, de acordo com a entidade, beneficiará cerca 3 milhões de pessoas em 2021. Segundo o governo brasileiro, esta será a primeira vez que o País recorrerá a empréstimos de organismos internacionais em 10 anos.

Nesta sexta-feira, o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que o Tesouro Nacional analisa este e outros empréstimos junto a organismos internacionais por questão de "custo/benefício". Esses aportes representam uma fonte mais barata de financiamento, já que a crise econômica aprofundada pela pandemia do coronavírus tem elevado as taxas pedidas pelos investidores na venda de papéis de títulos públicos e os vencimentos nos próximos 12 meses estão elevados.

Como mostrou o Estadão/Broadcast em maio, a União deve pedir empréstimos que somam mais de R$ 20 bilhões (US$ 4,1 bilhões) para financiar as medidas adotadas para combater os efeitos sociais da pandemia da covid-19, que incluem ainda parcelas do seguro-desemprego e a compensação a trabalhadores que tiveram redução de jornada e salário.

"A pandemia do novo coronavírus deu início a uma crise sanitária, econômica e social sem precedentes e com forte impacto para as populações vulneráveis. A recuperação deve acontecer de maneira gradual e desigual, com milhares de famílias a mais precisando de ajuda em 2021 do que havia no período pré-covid-19", informou, em nota, o Banco Mundial.

O organismo ressalta que o novo coronavírus infectou mais de 5 milhões de pessoas no Brasil e que a perspectiva para a pobreza em 2021 é incerta, já que o auxílio emergencial pago pelo governo brasileiro expira este ano. "Em consequência disso, o governo brasileiro e o Banco Mundial decidiram dar uma robusta resposta conjunta para proteger os mais vulneráveis", completa.

Os recursos do empréstimo serão utilizados para apoiar 1,2 milhão de famílias pobres após o fim do auxílio emergencial, cuja última parcela vai ser paga em dezembro deste ano, sendo 90% mulheres. De acordo com o organismo, essa ampliação beneficiará pelo menos 3 milhões de pessoas, entre elas 990 mil crianças e jovens e 7 mil indígenas. O empréstimo será pago em quase 8 anos.

Além do Banco Mundial, o governo também recorreu ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) (US$ 1 bilhão); Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (US$ 1 bilhão); Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (US$ 1 bilhão); KfW Entwicklungsbank (US$ 420 milhões); Corporação Andina de Fomento (US$ 350 milhões); e a Agência Francesa de Desenvolvimento (US$ 240 milhões).

Estadão
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