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Trump não disse que dormir mais que quatro horas é 'desperdício de vida'; pouco sono faz mal à saúde

AMERICANO DISSE QUE NÃO DORMIA MUITO NO PRIMEIRO MANDATO DELE, EM 2017; ESPECIALISTAS ALERTAM QUE SE PRIVAR DE SONO PODE ALTERAR FUNÇÕES COGNITIVAS E PIORAR PRODUTIVIDADE

11 dez 2025 - 12h42
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O que estão compartilhando: que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria dito: "Durmo 4 horas, mais do que isso é desperdício de vida". A postagem no Instagram defende que a rotina do americano seria uma "vantagem competitiva" para ele.

Trump, hoje com 79 anos de idade, é a pessoa mais idosa a ser eleita para a presidência dos Estados Unidos. Em matéria do mês passado, o jornal New York Times revelou sinais de fadiga do presidente em sua rotina pública.
Trump, hoje com 79 anos de idade, é a pessoa mais idosa a ser eleita para a presidência dos Estados Unidos. Em matéria do mês passado, o jornal New York Times revelou sinais de fadiga do presidente em sua rotina pública.
Foto: Reprodução/Instagram / Estadão

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Não há registro de que Trump tenha dito que dormir mais de 4 horas por dia é "desperdício de vida". Durante o primeiro mandato dele como presidente, em entrevista de fevereiro de 2017, ele realmente disse que trabalhava até meia-noite ou 1h, e que acordava às 5h. Mas uma rotina de sono assim não traz "vantagem competitiva". Especialistas afirmam que se privar de dormir pode alterar funções cognitivas e piorar a produtividade.

O autor da postagem foi procurado, mas não respondeu.

Saiba mais: Trump está com 79 anos de idade. Ele é a pessoa mais idosa a ser eleita para a presidência dos Estados Unidos. Em reportagem do mês passado, o jornal The New York Times revelou sinais de fadiga na rotina do presidente. O americano tem cumprido uma agenda pública mais curta do que antigamente e há um controle rigoroso das aparições deles.

Privação do sono não aumenta produtividade e pode afetar funções cognitivas

Não há nenhuma evidência científica de que dormir menos ajude a ter mais energia e a trabalhar melhor, explica o diretor do Laboratório do Sono do Instituto do Coração (InCor), Geraldo Lorenzi Filho. O laboratório é vinculado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP).

"Dormir pouco não aumenta a produtividade. Talvez aumente durante alguns dias, mas o custo é muito alto", afirmou.

O médico exemplifica que pessoas cansadas têm maior risco de cometerem acidentes no trabalho. "Para produtividade e para o equilíbrio, a melhor coisa é você dormir bem e acordar bem", orientou.

Lorenzi Filho explica que a média de sono recomendada é de 6 horas. Mas, na prática, as horas necessárias variam de pessoa para pessoa. Segundo ele, existem os "dormidores longos", que precisam de mais de 8 horas por noite, e existem os "dormidores curtos", que funcionam bem dormindo menos. Mas esses últimos são uma raridade, afirma o médico.

"A maior parte das pessoas precisa dormir (por volta da média) para manter a qualidade de vida, memória, saúde cardiovascular e gastrointestinal", disse.

Uma pesquisa divulgada pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) indicou que tanto a curta duração do sono (menos de seis horas) quanto a longa (mais de oito horas) estão associadas a pior desempenho cognitivo em adultos.

A autora da pesquisa, Tamiris Rezende Ribeiro, doutora em Saúde Pública pela UFMG, explica que a "função cognitiva" se refere a um conjunto de habilidades mentais que permitem pensar, aprender, lembrar, tomar decisões, resolver problemas, raciocinar, prestar atenção e usar a linguagem.

"Pensando nessa definição de 'função cognitiva', a gente entende que ela é a base para produtividade e para o trabalho", afirmou Tamiris.

A pesquisadora alerta que tentar se privar de sono pode ter consequências negativas para a saúde. A curto prazo, os prejuízos incluem queda do foco, lapsos de memória, irritabilidade, raciocínio mais lento e pior regulação emocional.

"Acho importante dizer que a gente vive numa sociedade que valoriza estar ligado sempre, como se descansar fosse desperdiçar horas. Mas o corpo ele não negocia com essas narrativas", comentou.

Estadão
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