Script = https://s1.trrsf.com/update-1764790511/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Fotos de famosos pedindo liberdade de Bolsonaro foram criadas por inteligência artificial

EX-PRESIDENTE CUMPRE PENA DE 27 ANOS E TRÊS MESES NA SUPERINTENDÊNCIA DA POLÍCIA FEDERAL, EM BRASÍLIA

27 nov 2025 - 17h12
Compartilhar
Exibir comentários

O que estão compartilhando: vídeo que mostra fotografias de diferentes celebridades defendendo a libertação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Aparecem fotos de Regina Duarte, Neymar Jr. e Leonardo com blusas ou cartazes em apoio ao ex-presidente.

Vídeo mostra imagens sintéticas de famosos geradas por ferramentas de inteligência artificial.
Vídeo mostra imagens sintéticas de famosos geradas por ferramentas de inteligência artificial.
Foto: Reprodução/Instagram / Estadão

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. As imagens foram geradas por ferramentas de inteligência artificial (IA). As celebridades representadas no vídeo declararam apoio ou elogiaram Bolsonaro nos últimos anos, mas não chegaram a se pronunciar sobre a proposta de anistia para o ex-presidente. Os assessores dos atores Humberto Martins e Regina Duarte e do cantor Sérgio Reis confirmaram que as imagens deles que aparecem no vídeo são falsas.

Saiba mais: O vídeo publicado no Instagram alcançou mais de 400 mil visualizações em nove dias. Ele mostra os atores Humberto Martins, Maurício Mattar, Regina Duarte e Dedé Santana, os jogadores Neymar Jr. e Ronaldinho Gaúcho, e os cantores Zezé Di Camargo, Sérgio Reis, Amado Batista e Leonardo. Nas imagens, alguns deles aparecem vestindo camisetas e segurando placas com dizeres como: "Somos todos Bolsonaro", "Anistia já", "Eu apoio Bolsonaro" e "Libertem Bolsonaro".

A postagem foi feita por uma usuário do Instagram no dia 18 de novembro. Nesse mesmo dia, circulavam notícias sobre a cela onde Bolsonaro ficaria preso após ter sido condenado por tentativa de golpe de Estado. Ele foi preso preventivamente no dia 22 e começou a cumprir pena no dia 25.

Uso de imagens sintéticas

As fotografias usadas no vídeo têm indícios de terem sido criadas por IA. No caso do ator Maurício Mattar, por exemplo, uma das evidências de que a imagem dele é falsa é o fato de que as tatuagens não correspondem às que o ator realmente tem no braço. A imagem a seguir compara uma foto tirada do perfil no Instagram do artista com a foto que aparece no vídeo falso. Confira:

O Verifica submeteu as fotos à análise da Synth ID, uma ferramenta criada pelo Google para identificar conteúdo sintético gerado com a tecnologia da empresa. A análise indicou, com grau alto de confiança, que as imagens de Sérgio Reis, Ronaldinho Gaúcho, Regina Duarte, Maurício Mattar, Leonardo e Humberto Martins foram criadas por inteligência artificial.

Outra ferramenta que se propõe a detectar imagens geradas por IA é a Undetectable. Ela apontou apenas 6% de chance de que as fotos de Neymar, Amado Batista e Dedé Santana sejam reais.

Uma das fotos do cantor Zezé Di Camargo que aparece no vídeo foi alvo de checagem do Projeto Comprova, que confirmou que ela foi gerada por IA.

O Verifica entrou em contato com as assessorias de todas as celebridades. As de Neymar Jr., Ronaldinho Gaúcho, Amado Batista, Dedé Santana, Leonardo, Sérgio Reis e Zezé Di Camargo não retornaram ou preferiram não se manifestar.

Como o vídeo pode levar as pessoas ao engano

Todas as celebridades que aparecem no vídeo declararam apoio ou fizeram elogios a Bolsonaro, seja na época das eleições de 2018 ou mais recentemente. Regina Duarte chegou a ser secretária da Cultura do ex-presidente.

Porém, nem todos eles voltaram a se manifestar politicamente. O assessor de Sérgio Reis, por exemplo, disse que o cantor não tem mais falado sobre política.

O pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD) João Senna Teixeira disse ao Verifica que "se o vídeo estiver afirmando posições que (os artistas) não concordam, pode ser caracterizado como uma peça de desinformação".

Texeira explica que muito do conteúdo político produzido para circulação na internet não é feito para ser muito realista ou mesmo enganar pessoas, mas para comunicar posicionamentos, fazer gozação com adversários ou se defender de acusações.

"As pessoas não necessariamente acreditam no que foi compartilhado, ou mesmo que outros vão acreditar, mas porque acham que isso fortalece suas posições e convicções", disse o pesquisador do INCT.DD.

Estadão
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade