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Polícia

Piscinas de traficantes fazem a festa de crianças no Alemão

30 nov 2010 - 18h36
(atualizado às 19h10)
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Luís Bulcão Pinheiro
Direto do Rio de Janeiro

As piscinas das casas de traficantes no Complexo do Alemão continuam fazendo a festa das crianças da comunidade, após a ocupação da região no domingo. Nesta terça-feira, ao menos 15 delas tomavam banho na piscina do traficante conhecido como Barrão, ligado ao chefe do tráfico na região, Luciano Martiniano, o Pezão.

30 de novembro - Grupo de crianças se diverte na piscina da casa do traficante Barrão, no Complexo do Alemão
30 de novembro - Grupo de crianças se diverte na piscina da casa do traficante Barrão, no Complexo do Alemão
Foto: Reinaldo Marques / Terra

Logo após a saída das forças de segurança dos imóveis, durante a ação de domingo, os moradores do conjunto de favelas invadiram as áreas de lazer das casas construídas com o dinheiro do tráfico. Questionada sobre quem era o morador do imóvel, uma menina de 13 anos que tomava banho de roupa no local disse: "sei e não sei". "Não vou dizer nada. Não sei quem vai estar aqui amanhã", afirmou a adolescente. A casa, de azulejos novos e pintura recente, foi depredada.

No domingo, um imóvel de luxo que seria do traficante Alexander Mendes da Silva, o Polegar, também foi encontrado pela polícia durante a ocupação do conjunto de favelas. A residência de três andares estava decorada com móveis novos e era equipada com televisões de LCD, ar-condicionado em todos os aposentos e uma banheira de hidromassagem. Na varanda, havia uma piscina e azulejos que imitam o calçadão de Copacabana.

Moradores comemoram retirada de lixo do Alemão

Nesta terça, equipes da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) começaram a retirada do lixo acumulado desde que o clima de tensão tomou conta do Complexo do Alemão, na semana passada. "É muito pior quando acumula", disse Romero da Silva, 42 anos, 13 deles como lixeiro.

Enquanto isso, o morador Ronaldo Silveira, 36 anos, comemorava a retirada de uma montanha de lixo da frente de seu bar. Desde as 7h, 800 funcionários da prefeitura se encarregam do mutirão, que, além da coleta de lixo, inclui tapamento de buracos e consertos da rede elétrica. Após os confrontos, a rede de luz ficou exposta e há um emaranhado de fios e ligações clandestinas.

Violência

Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis incendiaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer). Na terça-feira, todo efetivo policial do Rio foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Ao longo da semana, Marinha, Exército e Polícia Federal se juntaram às forças de segurança no combate à onda de violência que resultou em mais de 180 veículos incendiados.

Na quinta-feira, 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) tomaram a vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Alguns traficantes fugiram para o Complexo do Alemão, que foi cercado no sábado. Na manhã de domingo, as forças efetuaram a ocupação do Complexo do Alemão, praticamente sem resistência dos criminosos, segundo a Polícia Militar. Entre os presos, Zeu, um dos líderes do tráfico, condenado pela morte do jornalista Tim Lopes em 2002.

Desde o início dos ataques, pelo menos 39 pessoas morreram em confrontos no Rio de Janeiro e 181 veículos foram incendiados.

Fonte: Redação Terra
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