O juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, que preside a segunda etapa do júri do Massacre do Carandiru, informou nesta terça-feira que 25 policiais militares serão julgados pelas mortes do terceiro pavimento da penitenciária, e não 26. A mudança ocorre porque um dos réus listados para ir a julgamento morreu.
Originalmente, 30 PMs foram acusados pelas mortes do terceiro pavimento. Desde o massacre, em 1992, três desses réus morreram e um foi interditado com problemas psicológicos. Dos 26 listados para o julgamento, três não haviam comparecido na segunda-feira - dois apresentaram atestado médico, enquanto um atestado de óbito foi juntado ao processo.
O processo do Carandiru foi separado em quatro julgamentos, divididos pelas ações policiais referentes a cada um dos quatro andares do Pavilhão 9. O episódio ficou conhecido como o maior massacre do sistema penitenciário brasileiro. No dia 2 de outubro de 1992, os policiais acusados entraram no Pavilhão 9 da Casa de Detenção para reprimir uma rebelião. A ação resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos.
Teve início nesta segunda-feira o julgamento de 26 policiais militares acusados pela morte de 73 presos no massacre do Carandiru
Foto: Fernando Borges / Terra
No primeiro ato, sete homens foram sorteados para compor o júri
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O júri ocorre no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo
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O julgamento deverá ir até a próxima sexta-feira, período em que os jurados terão de ficar incomunicáveis.
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Esta é a segunda etapa do julgamento, que começou em abril com a condenação de 23 policiais militares
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Espaço reservado aos jurados
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O primeiro dia do julgamento foi reservado para a leitura de parte do processo e depoimento das testemunhas de acusação
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De acordo com o cronograma formulado pelo juiz Rodrigo Tellini, alguns depoimentos serão apresentados em vídeo
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Plenário ainda vazio no fórum
Foto: Fernando Borges / Terra
Promotores que atuam no caso
Foto: Fernando Borges / Terra
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Relembre o caso Em 2 de outubro de 1992, uma briga entre presos da Casa de Detenção de São Paulo - o Carandiru - deu início a um tumulto no Pavilhão 9, que culminou com a invasão da Polícia Militar e a morte de 111 detentos. Os policiais são acusados de disparar contra presos que estariam desarmados. A perícia constatou que vários deles receberam tiros pelas costas e na cabeça.
Entre as versões para o início da briga está a disputa por um varal ou pelo controle de drogas no presídio por dois grupos rivais. Ex-funcionários da Casa de Detenção afirmam que a situação ficou incontrolável e por isso a presença da PM se tornou imprescindível.
A defesa afirma que os policiais militares foram hostilizados e que os presos estavam armados. Já os detentos garantem que atiraram todas as armas brancas pela janela das celas assim que perceberam a invasão. Do total de mortos, 102 presos foram baleados e outros nove morreram em decorrência de ferimentos provocados por armas brancas. De acordo com o relatório da Polícia Militar, 22 policiais ficaram feridos.
15 de abril - Movimento do lado de fora do Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, começou cedo nesta segunda-feira
Foto: Fernando Borges / Terra
15 de abril - Julgamento de 26 policiais militares pelo massacre do Carandiru começou às 10h40 desta segunda-feira no Fórum Criminal da Barra Funda (zona oeste)
Foto: Fernando Borges / Terra
15 de abril - Ao todo, 23 testemunhas foram convocadas para depor, sendo 10 de defesa e 13 do Ministério Público, responsável pela acusação
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15 de abril - Advogada Ieda Ribeiro de Souza representa o grupo de policiais militares que está no banco dos réus
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15 de abril - Episódio terminou com 111 presos mortos no Pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo, em outubro de 1992
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15 de abril - Promotores Márcio Friggi e Fernando Pereira da Silva são os responsáveis pela acusação
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15 de abril - Devido ao grande número de réus 84 foram acusados de homicídio na época, mas alguns já morreram , a Justiça decidiu analisar o caso em blocos, com um intervalo de cerca de dois meses entre um júri e outro
Foto: Fernando Borges / Terra
15 de abril - Advogada Ieda minimizou o adiamento do julgamento, ocorrido na semana passada quando uma das juradas passou mal e o conselho de sentença precisou ser desfeito
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15 de abril - O júri é presidido pelo juiz José Augusto Nardy Marzagão, da Vara do Júri de Santana
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15 de abril - Este é o primeiro de quatro julgamentos que envolverão um total de 79 acusados pelas 111 mortes
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16 de abril - Deputado Major Olímpio chega para o segundo dia de julgamento dos 26 policiais militares acusados de envolvimento no massacre do Carandiru
Foto: Tércio Teixeira / Futura Press
16 de abril - Julgamento ocorre no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo
Foto: Tércio Teixeira / Futura Press
17 de abril - Movimentação do lado de fora do Fórum onde ocorre o julgamento do Carandiru. Trabalhos foram suspensos temporariamente nesta quarta-feira após um jurado passar mal