Desembargador relator de processo envolvendo TH Joias é preso pela PF; Bacellar é alvo de buscas
Operação 'Unha e Carne 2' investiga vazamento de informações sigilosas para favorecer organização criminosa
Desembargador Macário Judice Neto foi preso pela PF na Operação Unha e Carne 2, que investiga vazamento de informações sigilosas para favorecer o Comando Vermelho, enquanto o deputado licenciado Rodrigo Bacellar voltou a ser alvo de buscas.
O desembargador Macário Judice Neto, relator do caso TH Joias no Tribunal Regional Federal (TRF-2) foi preso nesta terça-feira, 16, pela Polícia Federal durante a Operação Unha e Carne 2. A ação investiga o vazamento de informações sigilosas que favorecem a organização criminosa Comando Vermelho (CV).
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A PF cumpre, nesta terça, um mandado de prisão e 10 de busca e apreensão, expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos mandados de busca foi expedido contra o deputado estadual licenciado Rodrigo Bacellar (União Brasil), que na primeira etapa da operação, foi preso, e depois solto pelo pelo plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Agora, ele volta a ser alvo de buscas da PF.
Macário é relator do processo que envolve o ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos, o TH Joias, que está preso por ligação com o Comando Vermelho. A segunda fase da Operação Unha e Carne investiga o vazamento de informações da Operação Zargun.
O desembargador foi preso em casa, na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste do Rio de Janeiro, nesta terça. Ele foi o responsável por expedir o mandado de prisão do então deputado TH Joias, na Operação Zargun.
Em 2023, Macário voltou à magistratura e foi promovido a desembargador depois de ficar 17 anos afastado devido à atuação polêmica como juiz federal no Espírito Santo. A operação também cumpre mandados no estado.
O afastamento, na época, se deu com base em denúncias do Ministério Público Federal (MPF) contra ele. Ele também foi acusado de vender sentenças em uma ação penal. A esposa de Macário, Flávia Judice, atuava no gabinete da diretoria-geral da Alerj até o início de novembro, quando a investigação já estava em curso, segundo informações do jornal O Globo.
O Terra tenta localizar a defesa do desembargador.
Operação Unha e Carne
No dia 3 de dezembro, Rodrigo Bacellar, então presidente da Alerj, foi convidado para uma “reunião” com o superintendente da PF no Rio de Janeiro, Fábio Galvão. Ao chegar, ele recebeu voz de prisão e teve seu celular apreendido. A PF encontrou e apreendeu R$ 90 mil em espécie no carro do parlamentar.
Bacellar é suspeito de vazar informações sigilosas da Operação Zargum, ocorrida em setembro, quando o deputado estadual TH Joias foi preso.
TH Joias foi preso por tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é suspeito de negociar armas para o Comando Vermelho. Ele assumiu o mandato em junho, mas deixou de ser deputado após sua prisão.
A prisão de Bacellar foi cumprida após o mandado expedido por Moraes, do STF. Ele também foi afastado da presidência da Alerj pelo ministro. Moraes afirmou que há “fortes indícios” de participação de Bacellar em uma organização criminosa.
*Com informações do Estadão