Dentista de Alagoas é investigada por aplicar silicone industrial em pacientes
Vítimas procuraram a Polícia Civil e informaram complicações após o procedimento ilegal; caso é de Arapiraca
Dentista de Arapiraca, Alagoas, é investigada por usar silicone industrial em procedimentos estéticos ilegais, causando complicações graves em pacientes; substância é proibida pela Anvisa.
Uma dentista de Arapiraca, em Alagoas, é investigada por suspeita de fazer harmonização corporal utilizando silicone industrial, uma substância proibida para fins estéticos. De acordo com a Polícia Civil, algumas vítimas tiveram que passar por cirurgia após apresentar necrose no local de aplicação.
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As autoridades receberam algumas denúncias envolvendo a profissional, que não teve o nome divulgado. Segundo o delegado Edberg Oliveira, os procedimentos eram feitos nos glúteos das pacientes e, depois de algum tempo, apresentavam complicações graves de saúde, como lesões de necrose.
“Algumas vítimas já registraram boletins de ocorrência, enquanto outras precisaram ser hospitalizadas, haja vista a necessidade de intervenção cirúrgica para retirar essa substância, que causou necrose em partes do corpo”, afirmou em um vídeo divulgado nas redes sociais da Polícia Civil.
Durante a investigação, as autoridades buscam por testemunhas e coletas de provas que comprovem a responsabilidade da profissional. Caso seja comprovada, a suspeito poderá responder criminalmente por exercício ilegal da medicina e lesão corporal de natureza gravíssima.
Silicone industrial é proibido
A utilização de silicone industrial em procedimentos estéticos é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pois oferece riscos à saúde. Conforme o órgão, o material é usado para a limpeza de carros e peças de avião, impermeabilização de azulejos, vedação de vidros, entre outras utilidades.
De aspecto oleoso, caso seja injetado no organismo pode causar deformações, dores, dificuldades para caminhar, infecção generalizada, embolia pulmonar e, até mesmo, a morte. Por isso, a aplicação é considerada crime contra a saúde pública previsto no Código Penal – exercício ilegal da medicina, curandeirismo e lesão corporal.
Caso o paciente seja submetido ao procedimento ilegal é preciso procurar um médico, mesmo que não tenha sintomas. Somente um profissional habilitado poderá avaliar a gravidade do caso.