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Polícia

Cabral silencia e MP faz imagens de manifestantes em protesto no Rio

Governador convocou coletiva, mas preferiu de última hora não aparecer

18 jul 2013 - 12h08
(atualizado às 12h19)
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<p>Lojas foram saqueadas, placas de sinalização arrancadas e bancos tiveram vidros e portas quebrados durante protesto no Rio </p>
Lojas foram saqueadas, placas de sinalização arrancadas e bancos tiveram vidros e portas quebrados durante protesto no Rio
Foto: Alessandro Buzas / Futura Press

O governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) convocou uma entrevista coletiva para falar sobre os manifestos na porta de sua casa no Leblon mas preferiu, de última hora, não aparecer. Cabral esteve reunido durante toda a manhã no Palácio Guanabara com várias autoridades, mas preferiu se manter em silêncio mais uma vez.

Quem falou foi o procurador-geral do Estado, Marfan Vieira, que afirmou que vê sinais claros de organização paramilitar nessas últimas manifestações. "O que se viu ontem foi um passeio completo pelo Código Penal," disse Marfan, que admitiu a dificuldade de manter essas pessoas presas por conta da tipificação dos crimes. "Mas as investigações têm que continuar e as pessoas têm que ser punidas", ressaltou.

Marfan Vieira disse ainda que o MP vai acompanhar as investigações da policia, mas não vai abrir uma investigação paralela. "Nossa equipe de inteligência já esteve infiltrada ontem na manifestação e tem muitas imagens de gente que está envolvida e que vai ser identificada," afirmou. A promotora Patrícia Gliochi vai ser a responsável por acompanhar os processos que já estão em andamento.

O procurador disse ainda que o MP segue investigando as denúncias feitas pela revista Veja sobre um possível abuso por parte do governador do uso de helicópteros. Cabral teria usado as aeronaves para deslocamentos curtos ou mesmo para levar a família e até o cachorro para passar o fim de semana em Mangaratiba, no sul do Estado, onde tem casa.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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