Polícia do Rio prende agentes suspeitos de desvio de fuzil após operação mais letal da história
A Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro cumpriu nesta sexta-feira cinco mandados de prisão e dez de busca e apreensão contra policiais do Batalhão de Choque suspeitos de irregularidades durante a megaoperação realizada há um mês nos complexos da Penha e do Alemão, que terminou com 121 mortos, informou a corporação.
Segundo nota da PM, as investigações apontam que os agentes teriam desviado um fuzil apreendido na ação, que foi a mais letal da história das forças de segurança do país. A apuração foi conduzida pela 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar com base em imagens das câmeras corporais utilizadas pelos policiais no dia da operação, em 28 de outubro.
"Na ação, estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão e dez mandados de busca e apreensão. Ao todo, dez policiais militares do Batalhão de Polícia de Choque são alvos da operação", disse a PM em comunicado.
A operação nos complexos da Penha e do Alemão deixou 121 mortos, incluindo 117 suspeitos de ligação com o Comando Vermelho, além de quatro agentes das forças de segurança. Foram apreendidos quase 100 fuzis, segundo balanço divulgado à época.
Uma fonte da cúpula da segurança afirmou à Reuters que o desvio do fuzil surpreendeu as autoridades. De acordo com as investigações, a arma seria revendida ao crime organizado. "O fuzil foi a razão da operação... Não sei o que se passa na cabeça desses caras", disse. "Esses policiais têm que pagar caro e servir de exemplo", acrescentou.
Em nota, a PM afirmou que "não compactua com possíveis desvios de conduta ou cometimento de crimes praticados por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos".