PUBLICIDADE

Alerj deixa para amanhã emendas sobre privatização da Cedae

20 fev 2017 - 17h51
(atualizado às 17h51)
Compartilhar
Exibir comentários

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) deve retomar amanhã (21) a votação das emendas ao projeto de lei que prevê a privatização da Companhia Estadual de Água e Esgotos (Cedae). Por larga maioria, hoje (20) , o texto-base, de autoria do governo do Estado do Rio foi aprovado por 41 dos 70 deputados. Contrários a proposta foram 28 votos. Servidores da companhia, em greve, protestaram do lado de fora e fizeram caminhada pelo centro da capital.

Protesto em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro do Rio de Janeiro (RJ), na manhã desta segunda-feira
Protesto em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro do Rio de Janeiro (RJ), na manhã desta segunda-feira
Foto: Futura Press

As mais de 200 emendas apresentadas em duas semanas de debates na Alerj foram derrubadas pela manhã, pelo Colégio de Líderes. Com maioria na Casa, o governo de Luiz Fernando Pezão (PMDB) travou a aprovação de mudanças no texto por meio das comissões, como a de Constituição de Justiça. Mais tarde, por volta das 11h, o texto-base foi colocado para votação nominal e aprovado. Há semanas o governo vinha tentando votar a matéria, mas manobras da oposição para obstruir a pauta, além de protestos de servidores, adiavam a análise.

A partir de amanhã, o plenário se reúne à tarde para analisar destaques ao texto-base, mas com limite de emendas por partidos. Segundo o regimento da casa, cada partido terá direito a apresentar duas emendas a cada três deputados ou fração. Os destaques, no entanto, mesmo que aprovados, não são capazes de alterar o projeto original de forma substancial, segundo o líder do governo, Rafael Picciani (PMDB), filho do presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB).

Com a vitória na Alerj, governistas afirmaram que o Rio caminha para cumprir contrapartidas do Plano de Recuperação Fiscal, firmado com a União. O acordo prevê socorro financeiro ao estado, com dificuldade de pagar por serviços públicos e salários de servidores. Para receber R$ 3,5 bilhões e mais prazo para quitar dívidas, a Alerj ainda precisa aprovar aumento da contribuição previdenciária dos servidores de até 30% dos salários, o que deve motivar protestos.

A oposição, no entanto, afirmou que a companhia, que presta serviço público de fornecimento de água e coleta de esgotos, está sendo vendida "a preço de banana" e que a iniciativa privada ainda não foi capaz de oferecer serviços em regiões pobres e mais distantes do centro do Rio."Quero ver uma empresa privada colocar água nos lugares mais distantes, mais pobres, na zona oeste, na Baixada [Fluminense]. Empresa privada visa lucro", disse a deputada Lucinha (PSDB).

Em 2016, o governador do Rio Luiz Fernando Pezão enviou um pacote de austeridade com 22 medidas à Alerj, mas a maior parte foi rejeitada ou devolvida. Desta vez, com aceno da ajuda federal, o governo deve passar as medidas com mais facilidade. Com ajuda da União, a previsão é que as contas fluminenses, em três anos, tenham alívio de R$ 62 bilhões.

Agência Brasil Agência Brasil
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade