Ativistas de esquerda invadem prédio na Faria Lima e cobram imposto sobre super-ricos
Militantes filiados à Frente Povo Sem Medo ocuparam na manhã desta quinta-feira (3) o edifício na Faria Lima 3500, sede do Itaú BBA, em São Paulo. A manifestação faz parte de uma campanha nacional por "justiça tributária" e taxa super-ricos, com pressão direta sobre o Congresso e o governo federal. O protesto segue no local, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Com cartazes e faixas entoadas como "O povo não vai pagar a conta", "Chega de mamata" e "Taxação dos super-ricos já!", os ativistas pretendem mostrar indignação com os privilégios fiscais de grandes fortunas e exigem isenção para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Essa reivindicação aparece como resposta às discussões sobre reforma tributária que tramitam no Congresso.
Endereço bilionário vira alvo de protesto por taxação dos super-ricos
O ato teve como alvo o prédio do Itaú BBA na Faria Lima - adquirido por cerca de R$ 1,5 bilhão em janeiro de 2024 - por representar um símbolo da concentração de riqueza no país. Em nota, o movimento afirmou: "Os donos do Itaú, que compraram esse prédio por R$ 1,5 bilhão, pagam menos imposto que a maioria esmagadora do nosso povo, que luta para pagar aluguel e comer". A escolha do local reforça a crítica ao tratamento fiscal desigual entre famílias de alta renda e a maioria da população.
A Frente afirmou que o movimento envia um recado direto ao Congresso Nacional, cobrando a aprovação de lei que isente os menos favorecidos e cobre tributos dos super-ricos. A proposta, em discussão no Legislativo, prevê reestruturação do Imposto de Renda para incluir essa faixa de milionários.
Além da ocupação na Faria Lima, o grupo convocou novo protesto para o dia 10 de julho, na Avenida Paulista. A mobilização contará com a presença do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) e tem o objetivo declarado de incidir sobre um "Congresso inimigo do povo".
O ato se insere em um contexto maior: o governo Lula tem entre suas prioridades a taxação das grandes fortunas como medida para equilibrar contas públicas. Em 2024, durante a cúpula do G20, o Ministério da Fazenda apresentou proposta similar, reforçando o debate. Atualmente, no Congresso, tramitam ainda discussões sobre isentar quem ganha até R$ 5 mil por mês, medida que conta com apoio da Frente Povo Sem Medo e outras entidades próximas aos partidos PT e PSOL.
