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'Tudo inverteu, e eu passei a ser a importunadora', lembra professora que denuncia crime em voo

Carol Magalhães demorou mais de 20 dias para prestar queixa do caso por se sentir incapaz de agir contra uma grande empresa

25 ago 2023 - 21h21
(atualizado às 21h22)
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A professora universitária Carol Magalhães denunciou um caso de importunação sexual que sofreu em voo com destino a São Paulo
A professora universitária Carol Magalhães denunciou um caso de importunação sexual que sofreu em voo com destino a São Paulo
Foto: Reprodução/Instagram/mestra_brisa

A professora Carol Magalhães, que denuncia ter sido vítima de importunação sexual em um voo da companhia aérea Emirates, relembrou, incrédula, como a história se reverteu e ela e o marido foram tidos como criminosos. "Tudo inverteu, e eu passei a ser a importunadora", disse em entrevista ao Terra.

Ela explicou que depois que se queixou a uma comissária de que o passageiro sentado ao seu lado estava se masturbando, um homem, que seria supervisor daquele voo, desacreditou na versão do casal, colocando o suposto importunador como vítima.

"Quando eu voltei do banheiro, depois de 6 hpras de viagem, ele [o passageiro] se enrolou no lençol e começou a manipular as partes íntimas. E ele continuou o movimento para cima e para baixo", lembra. Sem acreditar no que estava vendo e com medo de acusar alguém indevidamente, Carol cutucou o marido que dormia ao lado para que ele confirmasse se o homem estava ou não se masturbando.

"Ele confirmou e eu pedi para que fizesse uma denúncia", diz. Nesse momento, o marido de Carol teria se levantado já estressado. Com o movimento repentino, o passageiro teria retirado as mãos do lençol e tocado no marido da professora, que se irritou. 

"Quando ele tocou meu marido, ele teve uma reação instantânea de falar 'você não me toca, me tire a mão, e se afaste dela'", conta Carol. O casal então se levantou e fez a queixa à funcionária, que teria os acolhido e dito que levaria a questão para um superior.

Carol diz que o funcionário da companhia retornou cerca de 20 minutos depois, já tendo ouvido a versão do outro passageiro. Ele teria ido até o casal com um discurso apaziguador e tentou tranquilizá-los de que o passageiro não quis prestar queixa por agressão, se referindo ao momento em que o marido de Carol teria afastado a mão dele.

A professora conta que ficou com receio de prolongar a discussão e ela e o marido serem acusados de algo injustamente. "Eu fiquei no estado que toda mulher fica, aquele estado em que você se cala, porque isso não tem solução, você não vai conseguir derrubar esse obstáculo que é a descredibilização do relato das mulheres", afirma.

O voo aconteceu no dia 8 de agosto, mas Carol diz só ter feito uma queixa formal junto à companhia Emirates no dia 20. Nesse espaço de tempo, a professora diz que contou a história para muitas pessoas, mas que não sentia que teria condição de fazer algo com relação àquilo. "Mas eu fui ganhando força", afirma, citando pessoas que a incentivaram a expor a situação.

Carol também prestou queixa online na Polícia Civil de São Paulo, que encaminhou o caso para a Polícia Federal.

O que diz a Emirates

Em nota, a empresa negou ter recebido qualquer "tipo de pedido da passageira ou das autoridades brasileiras" com relação ao caso.

"A Emirates tem como prioridade a segurança e o bem-estar de seus passageiros e todos os membros de sua tripulação são treinados para lidar com qualquer forma de comportamento inadequado a bordo. Até o presente momento a Emirates não recebeu nenhum tipo de pedido da passageira ou das autoridades brasileiras, mas permanece à disposição para fornecer qualquer informação ou esclarecimento sobre os fatos alegados", diz.

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Fonte: Redação Terra
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