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Dia Internacional das Mulheres: história e origem

Dia 8 de março é uma importante luta pelos direitos das mulheres; entenda o que motivou a criação desta data

7 mar 2025 - 17h08
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Foto: Image by freepik

O Dia Internacional das Mulheres, celebrado em 8 de março, é uma data de extrema importância para o reconhecimento das lutas e conquistas das mulheres ao longo dos anos. Esta data não apenas diz respeito aos direitos alcançados, mas também serve como um momento de reflexão sobre os desafios que as mulheres ainda enfrentam em tempos modernos, como por exemplo a desigualdade de gênero, a violência e a discriminação. 

O dia 8 de março serve para reforçar e relembrar o compromisso e dever que a sociedade em geral possui com a equidade de gêneros, o respeito e os direitos humanos das mulheres, além de promover a conscientização sobre a urgência de mudanças na cultura e na sociedade para garantir a igualdade plena entre homens e mulheres.

Qual a origem do Dia Internacional das Mulheres?

O Dia Internacional das Mulheres tem origem ainda no começo do século XX, em um contexto de mobilizações trabalhistas e movimentos feministas em diversas partes do mundo. A data foi influenciada por uma série de eventos e lutas lideradas por mulheres em busca de melhores condições de vida e trabalho, principalmente no contexto da Revolução Industrial. 

Em 1908, um grupo de mulheres que trabalhavam em uma fábrica de tecidos em Nova York entrou em greve buscando melhores salários, redução da jornada de trabalho e melhores condições nas fábricas. Durante a paralisação, houve o "incêndio da Triangle Shirtwaist Factory", que resultou na morte de 146 operárias, a maioria mulheres, o que ampliou ainda mais a atenção à luta das trabalhadoras.

O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, promovido pelo Partido Socialista da América. 

Contudo, a primeira movimentação por uma data global aconteceu em 1910 com Clara Zetkin, uma militante socialista alemã, que propôs a criação de uma data para todos os países durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhague (Dinamarca). 

Zetkin sugeriu a criação de um dia de mobilização global para que as mulheres pudessem unir forças na luta por seus direitos. O objetivo era não apenas promover a igualdade de direitos políticos e sociais, mas também aprofundar a luta e dar visibilidade aos problemas enfrentados pelas mulheres na sociedade como um todo, especialmente no ambiente de trabalho. Na ocasião, 100 mulheres de 17 países concordaram com a criação da data de forma unânime, e a partir de 1911, diversos países já comemoravam o Dia Internacional da Mulher.

Como e por que a data foi criada

A criação do Dia Internacional das Mulheres foi uma ação estratégica para reforçar a luta pelos direitos das mulheres, especialmente no início do século XX, quando as mulheres ainda não tinham direitos básicos como o direito ao voto, à educação e ao trabalho formal. A data foi uma forma de garantir que os movimentos feministas tivessem um espaço unificado para promover suas reivindicações. A ideia de Clara Zetkin foi adotada rapidamente por outros movimentos feministas ao redor do mundo, e o dia foi incorporado ao calendário das lutas pelos direitos humanos.

A escolha do 8 de março como data para a celebração não aconteceu de forma aleatória, mas como como homenagem a um evento histórico ocorrido na Rússia em 1917. Nesse dia, mulheres russas tomaram as ruas para protestar contra a escassez de alimentos, as condições de vida precárias e a participação do país na Primeira Guerra Mundial. 

A manifestação se transformou em um grande movimento que contribuiu para o início da Revolução Russa e culminou com a abdicação do czar Nicolau II e a conquista do direito de voto das mulheres no país. Essa mobilização feminina se tornou um símbolo poderoso da luta pela liberdade e pela mudança social.

Para efeito de curiosidade, vale mencionar que os russos usavam o calendário juliano e não o gregoriano, como era adotado em países onde a igreja católica era dominante. A greve das operárias russas aconteceu no dia 23 de fevereiro do calendário local, o que correspondia a 8 de março no calendário gregoriano. Após a revolução iniciada com os protestos das mulheres, o calendário da União Soviética foi alterado.

Luta por Direitos e Igualdade de Gênero

O Dia Internacional das Mulheres é uma data que celebra as conquistas das mulheres, mas também relembra o debate acerca das desigualdades de gênero que ainda persistem em diversas partes do mundo. Durante o século XX, as mulheres conquistaram importantes direitos, como o direito ao voto, à educação e à participação no mercado de trabalho, mas a luta pela igualdade ainda é longa. 

No Brasil, por exemplo, as mulheres só puderam ter o direito ao voto em 1932, e a plena igualdade jurídica entre homens e mulheres, em termos de direitos civis e políticos, só foi garantida apenas em 1988, com a Constituição Federal.

A luta pela igualdade de gênero vai muito além dos direitos políticos. Ela envolve também a conquista de uma sociedade mais justa, onde as mulheres tenham as mesmas oportunidades de desenvolvimento e participação, tanto no espaço público quanto no privado. Isso inclui a luta contra a violência de gênero, o feminicídio, o assédio sexual e a discriminação no mercado de trabalho.

Desafios ainda enfrentados pelas mulheres

Apesar das conquistas ao longo do tempo, as mulheres ainda enfrentam desafios significativos. Um dos maiores obstáculos é a desigualdade salarial. Em muitos países, as mulheres ainda ganham, em média, menos do que os homens, mesmo exercendo as mesmas funções. No Brasil, por exemplo, as mulheres ganham cerca de 17% menos do que os homens, segundo dados do IBGE de 2022. Além disso, mulheres negras e indígenas enfrentam ainda mais barreiras, incluindo a discriminação racial e a sobrecarga de responsabilidades familiares e domésticas.

A sobrecarga doméstica é outro desafio persistente. Embora as mulheres tenham conquistado mais espaço no mercado de trabalho, elas continuam sendo responsáveis pela maior parte das tarefas domésticas e do cuidado com os filhos e familiares. Esse fenômeno, conhecido como "jornada dupla", sobrecarrega as mulheres e limita suas oportunidades de crescimento profissional e pessoal, além da educação.

A violência contra as mulheres, incluindo o feminicídio e o assédio sexual, continua sendo uma questão alarmante. No Brasil, o número de casos de violência doméstica e feminicídio tem aumentado diariamente, apesar dos avanços na legislação, como a Lei Maria da Penha, criada em 2006, que tenta proteger as mulheres da violência. Esse é um problema global, que afeta mulheres de todas as idades e classes sociais.

Nomes que marcaram a luta pelos direitos das mulheres

Muitas mulheres ao longo da história desempenharam papeis fundamentais na luta pelos direitos femininos e pela igualdade de gênero. Entre elas, destacam-se figuras como:

  • Simone de Beauvoir: filósofa e escritora francesa, Beauvoir é uma das mais importantes teóricas do feminismo. O livro O Segundo Sexo (1949) influenciou o movimento feminista mundial, desafiando as ideias tradicionais sobre o papel das mulheres na sociedade.
  • Frida Kahlo: artista mexicana é considerada um ícone feminista. Frida Kahlo usou sua arte para explorar questões de identidade feminina, dor e superação. Sua obra e sua vida se tornaram um símbolo de resistência e empoderamento para muitas mulheres.
  • Malala Yousafzai: ativista paquistanesa e a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Malala defende a educação das meninas e das mulheres, especialmente em países com regimes autoritários e conflitos armados.
  • Maria da Penha Maia Fernandes: ativista brasileira, Maria da Penha foi a inspiração para a criação da Lei 11.340, mais conhecida como Lei Maria da Penha, que combate a violência doméstica contra as mulheres no Brasil. 

A brasileira sobreviveu a tentativas de homicídio por parte do seu então marido, em 1983. O caso só foi julgado em 1991 e concluído em 2001.

Esses e outros nomes continuam a inspirar mulheres ao redor do mundo a lutar por seus direitos e por uma sociedade mais justa e igualitária.

Como Celebrar o Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional das Mulheres pode ser celebrado de diversas formas, tanto em nível individual quanto coletivo. Algumas maneiras de celebrar incluem:

  • Participação em eventos e manifestações: muitas cidades ao redor do mundo organizam passeatas, palestras e eventos culturais para comemorar a data e destacar a luta por igualdade de gênero.
  • Reflexão e conscientização: é importante usar essa data para refletir sobre os direitos das mulheres, entender os desafios que elas enfrentam e se comprometer com ações concretas para promover a igualdade.
  • Apoio a causas feministas: o apoio a organizações que lutam pelos direitos das mulheres, como ONGs e movimentos sociais, é uma forma de engajamento com a causa.
  • Educação e divulgação: promover debates, incentivar leituras sobre feminismo e compartilhar informações sobre a história das mulheres pode contribuir para aumentar a conscientização sobre as questões de gênero. Além disso, divulgar informações sobre relacionamentos tóxicos e abusivos pode salvar vidas de quem passa por essa situação.

Importância do Dia Internacional das Mulheres

O Dia Internacional da Mulher é de extrema importância para promover e ampliar a luta pela igualdade de gênero e pelos direitos das mulheres. A data serve para celebrar as vitórias conquistadas nas últimas décadas, mas também para lembrar que a luta está muito longe de ser concluída. 

Para acompanhar mais notícias sobre o universo feminino e comportamento, acompanhe a editoria Nós, do Portal Terra.

Fonte: Redação Terra
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