Quem é o líder religioso preso suspeito de fingir incorporar espíritos para abusar de mulheres no DF
Suspeito foi preso nesta quarta-feira, 24, após vítimas denunciarem abusos à polícia
Rafael Maia Carlos Fonseca, líder religioso do DF, foi preso por suspeita de abusar sexualmente de mulheres durante rituais, manipulando-as com justificativas espirituais, segundo a Polícia Civil.
Rafael Maia Carlos Fonseca, de 49 anos, morador do Guará (DF), é, segundo a Polícia Civil, o líder religioso responsável por abusos sexuais contra mulheres, utilizando supostos rituais de purificação e lavagem espiritual como justificativa. Ele foi preso nesta quarta-feira, 24, após o cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão pela Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher I (DEAM I), localizada na Asa Sul.
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O suspeito, além de atuar como líder religioso, também é triatleta e, conforme seu currículo Lattes, possui mestrado em ciências ambientais, além de ser historiador e filósofo. Ele também indicou em seu currículo que leciona em duas universidades e em dois colégios particulares.
Nas redes sociais, ele se identificava como “Rafael de Malunguinho”, nome que fazia referência a uma entidade espiritual que afirmava encarnar.
O templo presidido por Rafael Maia funcionava em uma residência e era chamado Casuá do Reis Malunguinho, localizado na QE 32, no Guará, em atividade desde 10 de junho de 2024.
O que vítimas relatam
De acordo com as investigações, o homem aproveitava-se da fé e da confiança de mulheres frequentadoras de sua instituição religiosa para praticar abusos sexuais, utilizando como justificativa supostos rituais de purificação e lavagem espiritual.
Segundo a Polícia Civil, as vítimas relataram que os abusos ocorriam durante cerimônias religiosas, ocasião em que o investigado afirmava estar incorporando entidades espirituais para legitimar os atos praticados.
"Segundo os depoimentos colhidos, os abusos aconteciam de forma gradual e progressiva, com toques indesejados e invasivos no corpo das vítimas, gerando situações de constrangimento, medo e sofrimento emocional", informou a Polícia Civil.
Suspeito usava religião para manipular vítimas, diz polícia
Conforme os investigadores, as condutas apuradas indicam que o autor se valia de sua posição de liderança religiosa para manipular psicologicamente as vítimas e cometer os crimes.
A operação policial teve como objetivo a responsabilização do investigado e a coleta de novos elementos probatórios que possam corroborar as denúncias já formalizadas, além de identificar outras possíveis vítimas.
Segundo a Polícia Civil, as investigações tiveram início a partir de relatos de diversas mulheres e da análise de provas reunidas ao longo do procedimento policial.
A PCDF informou ainda que a imagem do investigado foi divulgada, considerando a possibilidade de existirem outras vítimas que ainda não tenham formalizado denúncia. Mulheres que tenham vivenciado situações semelhantes são orientadas a procurar a Deam I, registrar ocorrência por meio da delegacia eletrônica ou comparecer à delegacia mais próxima de sua residência. Denúncias também podem ser feitas pelo telefone 197, com garantia de sigilo, destacou a delegada-chefe da Deam I, Adriana Romana.
O preso foi conduzido à carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE). O Terra tenta localizar a defesa de Rafael Maia Carlos Fonseca.