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Aluno bolsista do Bandeirantes relatou bullying antes de morrer: 'Fizeram chacota de mim por eu ser gay'

Adolescente, um menino negro, periférico e abertamente homossexual, tinha 14 anos

21 ago 2024 - 18h28
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Resumo
Foto: Unsplash

O aluno bolsista do Colégio Bandeirantes, escola de elite de São Paulo, relatou episódios de bullying para a família antes de morrer. "Fizeram chacota de mim por eu ser gay”, “Vontade de nunca mais pisar de novo. Me humilharam (na frente) da sala inteira. Eu não aguento mais. Eu fiquei trancado no banheiro por 50 minutos, chorando. Ficaram me humilhando" são algumas das mensagens enviadas pelo adolescente, Pedro Henrique, para a mãe. Os trechos foram divulgadas pela revista Piauí. 

Ele combinou com a sua mãe de levar o caso à coordenação do Ismart (Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos), que concede bolsas para alunos de baixa renda em colégios nobres em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Segundo a diretora-executivo da Ismart, Mariana Rego Monteiro,“Pedro passou em consulta com essa clínica [de psicologia], custeada por nós”, disse para a publicação.

Após um período, ele relatou à mãe que um praticante de bullying tomou alguma suspensão e não tocou mais no assunto. 

“A verdade é que temos origem humilde e a minha mãe sabe que apenas com uma educação podemos ascender. Ela tinha medo de meu irmão perder a bolsa [...] Muito provavelmente por medo de preocupar e desapontar meus pais, que sonham com uma boa educação, meu irmão não reclamou mais. Até ele não suportar a dor”, contou o irmão mais velho. 

Um dia antes do suicídio, ele tentou tirar sua vida, mas foi impedido a tempo pelo irmão.

Negro, periférico e abertamente gay, Pedro estudava no Bandeirantes há um ano e meio. Ele passou por um rigoroso processo seletivo feito em seis etapas, que inclui duas provas e entrevista, até conseguir a bolsa integral. Na escola, no entanto, ele fez poucos amigos e andava apenas com meninas também bolsistas. O bullying teria começado neste ano.

A morte do adolescente repercutiu nas redes sociais depois após uma publicação de seu tio. “Perdemos o Pedro para o bullying, para a homofobia e, principalmente, para o descaso do colégio”, dizia um trecho do texto. Na segunda-feira, 19, um grupo de alunos do Bandeirantes protestou em frente a escola. Segundo a publicação, o Bandeirantes enviou uma coroa de flores para seu velório, e nunca mais entrou em contato com seus pais.

A instituição afirmou que, em maio deste ano, o jovem relatou um episódio de provocação pontual, mas que foi acolhido e apoiado pela escola.

Atenção! Em caso de pensamentos suicidas, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida), que funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, por e-mail, chat ou pessoalmente. Confira um posto de atendimento mais próximo de você (https://www.cvv.org.br/postos-de-atendimento/)

Fonte: Redação Terra
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