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Volkswagen e Chevrolet deveriam ter ido ao Salão do Automóvel?

Ausência das duas marcas levanta debate: economia estratégica ou perda de visibilidade em um momento crucial para o mercado?

26 nov 2025 - 11h17
(atualizado às 14h40)
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Estande da Omoda Jaecoo, uma das montadoras chinesas no Salão do Automóvel
Estande da Omoda Jaecoo, uma das montadoras chinesas no Salão do Automóvel
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

A ausência de Volkswagen e Chevrolet no Salão do Automóvel reacendeu a discussão sobre o peso que o evento ainda tem para as montadoras no Brasil. As duas marcas ocupam posições centrais no mercado – em participação, influência e tradição – e deixam cada vez mais para trás um formato clássico de exposição pública. Mas 2025 talvez fosse justamente o ano para estar presente.

Razões econômicas e estratégicas

Participar de um grande salão internacional exige investimentos elevados em estrutura, logística, equipes, segurança e ativações com o público. Em um cenário de racionalização de custos, montadoras vêm priorizando eventos proprietários, transmissões digitais e campanhas de lançamento com narrativa controlada, formatos que entregam previsibilidade e melhor relação custo-benefício.

A Volkswagen tem seguido esse caminho ao concentrar recursos em encontros com clientes, concessionários e ações digitais. Já a Chevrolet, em plena renovação de portfólio, tem preferido eventos individuais para maximizar impacto – como fez ao anunciar o Sonic, futuro SUV cupê produzido em Gravataí.

Segundo o jornalista Marcos Rozen, a participação no Salão do Automóvel 2025 teve um custo de apenas 20% em relação ao que foi gasto por cada marca no Salão de 2018, há sete anos. O tema foi debatido num programa do canal Inteligência Automotiva (abaixo).

George Guimarães, do Auto Indústria, acrescentou que a Anfavea já recebeu sinais de arrependimento de algumas marcas – mas Igor Calvet, presidente da associação das montadoras, não disse quais.

O que deixaram de ganhar

O Salão do Automóvel teve os espaços padronizados e um custo inicial de R$ 7 milhões. Ele permanece como uma vitrine de grande visibilidade espontânea. O público e a imprensa concentram sua atenção em torno do evento, amplificando lançamentos e fortalecendo a presença de marca. Para a Volkswagen e a Chevrolet, o Salão 2025 ofereceria oportunidades muito claras.

Do lado da Volkswagen

A Volkswagen vive um momento positivo com o Tera, que disputa liderança entre os SUVs compactos e se consolidou rapidamente como um dos modelos mais vendidos do país. O Salão de São Paulo permitiria reforçar esse protagonismo e ampliar o contato com um público mais amplo.

Além disso, a Volks poderia ter apresentado ao público brasileiro suas novidades globais mais aguardadas:

  • Golf GTI renovado
  • Jetta GLI em nova fase
  • Projeto da picape Udara, que tem gerado grande expectativa e seria uma das atrações mais simbólicas do evento

Essa combinação daria à marca um espaço de destaque, num momento em que o mercado brasileiro está especialmente sensível a esportividade, eletrificação e retomada de ícones.

Do lado da Chevrolet

A GM também tinha um portfólio capaz de ganhar forte exposição no Salão. O público conheceria ao vivo a nova geração de elétricos globais da Chevrolet:

  • Equinox EV
  • Blazer EV
  • Spark EUV
  • Captiva EV, que deverá disputar espaço nos segmentos mais competitivos do país

Além disso, o evento seria a ocasião ideal para reforçar a plataforma Ultium, base técnica da nova família elétrica da GM, que rivaliza em eficiência e modularidade com soluções chinesas – e que poderia ter sido mostrada de forma didática, visual e estratégica para o consumidor.

Esses modelos formam um conjunto que tem potencial real de equilibrar a narrativa de mercado, especialmente agora que marcas chinesas dominam o imaginário do público em inovação e eletrificação.

O que ganharam ao não ir

Ao mesmo tempo, a decisão de não participar segue a linha adotada por diversas montadoras em todo o mundo: priorizar ações próprias, controlar custos, evitar concorrência direta por atenção e manter a narrativa de lançamentos em cronogramas independentes.

Eventos proprietários podem entregar impacto mais cirúrgico e permitem que cada marca administre seu próprio palco.

E o impacto para o público?

Para o visitante do Salão, a ausência de Volkswagen e Chevrolet gera uma lacuna perceptível. Sem duas das principais fabricantes de automóveis do país, o evento perdeu parte da representatividade dos segmentos populares, compactos e médios. E, para as marcas, a falta de participação pode significar um espaço extra cedido justamente para os concorrentes que mais crescem.

Conclusão

Sob a ótica financeira, Volkswagen e Chevrolet tinham argumentos sólidos para ficar de fora. Mas, sob a ótica de marca, o Salão do Automóvel 2025 talvez tenha sido o momento mais estratégico dos últimos anos para mostrar força, renovar narrativas e reafirmar posições em um mercado atravessado pela eletrificação, pelo avanço chinês e pela batalha por relevância.

Guia do Carro
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